Mesmo indo até o fundo do mar, os heróis não mergulham o suficiente e pecam em prender nossa atenção
Com o universo cinematográfico da DC Comics prestes a explodir de vez nas telonas, a Warner também está investindo pesado com as animações dos seus super-heróis, lançando mais de um longa animado por ano. Fazendo parte dessa nova safra, eis que chega Liga da Justiça: Trono de Atlântida, lançado mundialmente em DVD e Blu-Ray no fim do mês passado.
A nova aventura da Liga ocorre após os eventos de Liga da Justiça: Guerra, lançado no ano passado, e nos mostra duas histórias paralelas. Primeiro vemos a equipe de heróis investigando o misterioso naufrágio de um submarino que teve seus mísseis roubados, em pleno fundo do mar; ao mesmo tempo em que acompanhamos a vida do confuso Arthur Curry, o futuro Aquaman, tentando buscar seu lugar no mundo. As duas histórias se tornam uma só quando as armas roubadas do submarino são usadas para desencadear a guerra entre o povo da superfície e os habitantes da cidade perdida de Atlântida. Eis que a Liga da justiça e Arthur tem de juntar forças para impedir o massacre e a batalha pelo trono de Atlântida começa!
A base da animação é o arco homônimo das HQs, escrito por Geoff Johns e desenhado por Ivan Reis e Paul Pelletier entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013. O que os responsáveis pela animação, o diretor Ethan Spauding e o roteirista Heath Corson não perceberam ao adaptar tal arco é que certas histórias, por mais simples que sejam, às vezes se tornam um grande problema quando transpostas para a tela. Totalmente previsível em termos de enredo, não podemos nem nos apegar ao traço da animação, coisa que muitas vezes salva uma história em quadrinhos aqui e ali. Em certo ponto do filme, fica óbvia a preguiça de reescrever certos eventos que tornam a busca de Arthur Curry por sua mãe um meio fracasso!
Tudo parece ser empurrado com a barriga e amarrado com o laço mais simples possível. A linearidade da história é tão óbvia que sequer dá margem para que nós sejam desatados pelos protagonistas sem cérebro. A animação pega seus heróis e os trata do modo mais superficial possível. Superman e Mulher Maravilha voam e batem forte, Lanterna Verde é falastrão, Cyborg austero demais, Shazam posa de alívio cômico e Flash é veloz e só! Já o Batman… bom, o morcegão foi reduzido a pouco mais que meio dúzia de linhas de diálogo.
A verdade é que não existem adjetivos para descrever Liga da Justiça: Trono de Atlântida. Na verdade existe um; insossa. A produção não faz muita diferença na vida de quem a assiste. Sem nada a acrescentar, o filme é mais uma amostra do que vem se tornando as animações padronizadas dos heróis da DC. Completamente calcado em Novos 52, fase atual da editora, os recentes longas animados pecam pela falta de autenticidade e entusiasmo. Em uma época onde a originalidade está em baixa, os heróis da Warner, outrora tão bem sucedidos em suas animações, agora não passam de releituras fajutas deles mesmos.
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