Lançado em 2011, Quero Matar Meu Chefe surpreendeu. O filme que teve como ponto forte seu elenco, nos fez rir e com certeza entrou para o hall dos melhores filmes de comédia daquele ano. Com sua sequencia (esta, dirigida por Sean Anders) não foi diferente, o filme continua se apoiando em seu grande elenco afinadíssimo para nos divertir; porém apostando em algo diferente do que se costuma ver com filmes do mesmo gênero: Mesma fórmula, porém trama diferente. Tomemos como exemplo Se Beber, não Case! (2009). O filme divertiu, apostou em uma fórmula que deu certo, porém em sua sequencia também lançada em 2011, preferiu apostar em “mais do mesmo”, onde acabou desgastando-se com piadas repetidas que culminaram em um filme ruim. Nesse sentido, Quero Matar Meu Chefe 2 não erra, o filme repete a fórmula que deu certo, cheia de referências a outras películas, situações idiotas (no bom sentido), e algumas até surpreendentes; tudo isso com uma trama nova, o que impede que haja o mesmo desgaste ocorrido em outros filmes.
Após os fatos ocorridos no primeiro filme, o grupo composto pelos amigos Nick (Jason Bateman), Dale (Charlie Day) e Kurt (Jason Sudeikis) resolvem se demitir de seus respectivos empregos e abrir a própria empresa, para tornarem-se seus próprios chefes. Eis que quando um investidor milionário (Christoph Waltz) resolve lhes passar a perna através de um golpe, o grupo de amigos se vê sem saída e resolve sequestrar o filho do mesmo, para poderem erguer-se novamente com o dinheiro do resgate.
Se fosse possível resumir o filme em apenas duas palavras, diria: diversão honesta. É claro que não se pode ir ao cinema esperando ter a mesma experiência de se assistir um clássico digno de Billy Wilder, mas quando o espectador imerge naquelas situações hilárias encontradas pelos 3 amigos, certamente consegue divertir-se de maneira justa. A sintonia do núcleo principal do filme é afinadíssima, e depois de algum tempo, realmente, cria-se a sensação de que aquelas três pessoas conhecem-se há muito tempo. Julia (Jennifer Aniston), Motherfucker Jones (Jamie Foxx), e Dave Harken (Kevin Spacey) agora têm papéis menos relevantes, porém a todo o momento que estão em cena tornam-se motores de ações que nos arrancam risadas. Christoph Waltz não chega a brilhar, já que sua participação no filme é bem mais discreta comparado ao que o público já se acostumou, mas ele convence – e muito – o que acaba causando uma sensação de potencial desperdiçado. Tal fato faz com que Chris Pine (que interpreta seu filho), fique a cargo de suprir sua ausência, e o faz de maneira apenas burocrática.
Vale ressaltar ainda a boa direção da pelicula, responsável por uma cena de perseguição de carros, em que se compreende com clareza o que se passa em cena, e que o filme conta alguns furos de roteiro, porém esses não chegam a atrapalhar a experiência. Enfim, esse novo passo nessa franquia é a prova de que se pode reutilizar uma fórmula que deu certo, criando coisas novas em cima dela. É a prova que com dedicação, e com um elenco competente, é possível entregar um filme eficiente em sua proposta.
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