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Piratas Do Caribe: A Vingança De Salazar – Divertido, porém descartável!

Piratas Do Caribe 5 é melhor que o anterior

Depois do desastroso Piratas Do Caribe: Navegando Em Águas Misteriosas – em que a história e os personagens mostraram evidentes sinais de desgaste -, ficou claro que a franquia da Disney estava com os seus dias contados. No entanto, não é que tinha espaço para mais uma aventura de Jack Sparrow? Piratas Do Caribe: A Vingança De Salazar (Pirates Of The Caribbean: Dead Men Tell No Tales), ou apenas Piratas do Caribe 5, pode ser extremamente problemático, mas também é um passatempo divertido que não fere muito a inteligência.

(Confiram também o nosso ranking da franquia e nossa lista com cinco filmes de piratas.)

Crítica de Piratas do Caribe 5

Piratas do Caribe 5

Escrito por Jeff Nathanson (que desenvolveu o argumento inicial ao lado de Terry Rossio) e dirigido pela dupla de cineastas Joachim Rønning e Espen Sandberg (responsáveis pelo filme Bandidas), o longa encontra o personagem interpretado por Johnny Depp numa de suas peripécias na ilha de St. Martin. Depois de ser abandonado pela sua trupe e trocar a famosa bússola por uma garrafa de bebida, Sparrow acaba libertando o capitão Salazar (Javier Bardem) da maldição em que se encontrava. Agora, ao lado da astrônoma Carina Smith (Kaya Scodelario) e de Henry Turner (Brenton Thwaites) – o filho de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swan (Keira Knightley) -, ele terá de juntar forças para impedir que seja morto pelo violento capitão espanhol.

O que mais chama atenção em Piratas Do Caribe 5, tanto positiva quanto negativamente, é seu roteiro. Ao mesmo tempo que evita algumas armadilhas das quais os três últimos filmes da franquia foram vítimas, como excesso de personagens e uma trama arrastada (a história deste quinto longa é mais enxuta e vai direto ao ponto), também apresenta erros que comprometem a verossimilhança de alguns acontecimentos, principalmente, no primeiro ato. Um das críticas mais ouvidas em relação aos filmes anteriores é a de que eles eram excessivamente longos. Isso foi corrigido na produção atual. Porém, em contrapartida, para eliminar certas cenas e juntar todas as pontas, Nathanson teve de apelar no começo do filme para uma série de coincidências e encontros casuais deveras inverossímeis.

Crítica de Piratas do Caribe 5

No segundo ato, por sua vez, o roteirista recupera o passo e acerta em quase todas as suas escolhas. Apesar de perder tempo em subtramas desnecessárias, como as que envolvem os soldados ingleses e uma feiticeira, na maior parte do filme, a história entretêm, os novos personagens são ativos e convencem (Scodelario e Thwaites surgem como uma grata surpresa), Salazar é divertidíssimo e não faz feio ao lado dos outros vilões da franquia (dizer que Javier Bardem está excelente no papel é redundância) e, por fim, Jack Sparrow funciona quase como nos filmes anteriores. Aliás, vale destacar a perspicácia de Nathanson na criação de alguns diálogos (as falas de Sparrow sobre como não há graça numa vida longe de problemas e outra sobre a incapacidade de ler da sua trupe são hilárias).

No entanto, quando chega o terceiro ato, o roteirista começa a oscilar novamente. Alguns conceitos até são interessantes, como a ação envolvendo o Tridente de Posseidon e a divisão dos mares (o que é uma simbologia rica), porém, além de se alongar e ser desnecessariamente grandiloquente (um problema comumente visto nos filmes da franquia), o texto aposta em uma revelação acerca de dois personagens que, além de ser forçada, mais parece uma novela televisiva do que um blockbuster de aventura. Sendo assim, não dá para fugir da constatação de que o trabalho de Nathanson no filme é muito irregular.

Crítica de Piratas do Caribe 5

Os elementos técnicos de Piratas Do Caribe 5 

Tecnicamente, Piratas Do Caribe 5 é perfeito. Inclusive, a equipe de efeitos digitais, que faz um trabalho fascinante na criação dos tubarões e piratas fantasmas (alguns destes últimos não têm rosto, braços, pernas ou outras partes do corpo), é uma séria candidata ao Oscar do ano que vem. Nos outros departamentos, a competência vista nos outros filme se mantém: a fotografia por vezes escura, por vezes vibrante, as maquiagens, a direção de arte e os figurinos criativos e a trilha sonora empolgante continuam apresentando o mesmo nível de excelência.

Já no que diz respeito à direção de Joachim Rønning e Esper Sandberg, a dupla não mostra ter a destreza técnica de Gore Verbinski (que dirigiu recentemente o maravilhoso A Cura), mas se saem muito melhor que Rob Marshall (o diretor do exemplar anterior, Piratas Do Caribe: Navegando Em Águas Misteriosas). Apesar de ser genérica e não apresentar nada de diferente, é suficientemente competente para fazer o filme andar com as próprias pernas. Se não fossem alguns dos erros de Nathanson, o trabalho da dupla se destacaria um pouco mais.

Divertido, engraçado, mas totalmente descartável, Piratas Do Caribe: A Vingança De Salazar serve para contradizer aqueles que achavam que Jack Sparrow não tinha espaço para mais uma aventura nos cinemas. Por incrível que possa parecer, ele ainda tinha um pouco de sobrevida. No entanto, é difícil de acreditar que o personagem e a franquia consigam sair ilesos no próximo filme (que já foi anunciado). As coisas estão se tornando cada vez mais repetitivas, e acredito que as pessoas não aguentam assistir a uma mesma história pela sexta vez!

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