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Os Invisíveis – Novela mexicana faria melhor!

Mesmo com uma história interessante, Os Invisíveis não empolga

O Holocausto foi um dos capítulos mais cruéis da humanidade. Não é à toa que o cinema revisita a tragédia de tempos em tempos para mostrar como o preconceito e o ódio causaram a morte de milhões de inocentes.

Crítica Os Invisíveis

 

Não é novidade que a própria Alemanha faça filmes sobre o tema, como o famoso A Queda! – As Últimas Horas de Hitler, produção de 2004 dirigida por Oliver Hirschbiegel. Porém, mesmo que Os Invisíveis (Die Unsichtbaren) tenha uma história muito interessante e com personagens fortes, não passa de um filme aborrecido que faz com que o espectador conte os segundos para o fim da sessão.O longa apresenta a história de quatro jovens alemães (Max Mauff, Alice Dwyer, Ruby O. Fee e Aaron Altaras) descendentes de judeus que tiveram que se esconder em Berlim, durante o ápice do Terceiro Reich.

(Confira nosso papo sobre a HQ Maus, de Art Spiegelman, no Formiga na Tela)

A estrutura do filme varia entre depoimentos dos protagonistas reais e as dramatizações dos eventos narrados. É aí que temos o principal problema de Os Invisíveis: a escolha infeliz do diretor e roteirista Claus Rafle por essa estrutura, que acaba sendo análoga. Primeiro porque sabemos que os protagonistas vão sobreviver mesmo com o roteiro os colocando em constantes situações de perigo. Segundo, porque isso não permite que o espectador crie qualquer tipo de empatia com eles, já que há vários cortes de um personagem para o outro e não há nenhum momentos em que todos contracenam juntos.  Não dá pra entender o que passou na cabeça do diretor ao escolher esse estilo estrutural, que faz com que um filme de duas horas pareça ter uma duração ainda mais longa. 

Crítica Os Invisíveis

Dramatizações fracas

Se a parte documental é chata, já que não passa de cabeças flutuantes falando, sem sequer uma variação de plano, a dramatização de Os Invisíveis beira o amadorismo. A fotografia não tem função narrativa alguma, a trilha é monótona e intrusiva e nem a recriação de época chama a atenção. Ou seja, um trabalho técnico fraco e desinteressante, junto com uma condução preguiçosa.

Outro problema está na direção de atores, em especial dos quatro protagonistas. Se como personagens eles não são desenvolvidos de maneira interessante, os atores também acrescentam muito. Todos atuam na mesma nota, com uma expressão de medo e longas pausas entre os diálogos. Não há uma composição que se mostre rica ou alguma presença que chame a atenção. 

Enfim, isso é que se pode definir de Os Invisíveis: mesmo com boas intenções e uma história interessante, é um filme burocrático, sem graça e chato.

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