Novo filme dos Wachowski é mais uma prova de que não se deve comprar um filme pela capa!
Os irmãos Wachowski estão de volta aos cinemas com o O Destino de Júpiter. Com mais uma história “original”, os diretores tentam novamente introduzir algo novo nas telonas. Será que enfim a dupla vai conseguir convencer e surpreender com algo tão inovador quanto foi Matrix? Se você não gostar de O Destino de Júpiter, pode escolher a pílula azul ao fim da sessão.
Na trama, acompanhamos Júpiter (Mila Kunis), uma garota que tem de trabalhar duro como diarista para sobreviver. De ascendência russa, ela mora com sua enorme família, sem dinheiro e sem liberdade. Quando decide realizar um procedimento cirúrgico para conseguir dinheiro extra, todo o seu mundo vira de cabeça para baixo! Atacada por criaturas espaciais, ela se depara com Caine Wise (Channing Tatum), um mercenário contratado para protegê-la. Ele então a leva para conhecer seu destino, longe da Terra, onde seu lugar não é mais limpando tronos, mas sim sentada sobre um deles.
Com uma história tão básica que não chega a despertar nem simpatia ou antipatia, o filme aposta em atores conhecidos de Hollywood como chamariz. Além de Kunis e Tatum também estão presentes Sean Bean e Eddie Redmayne. A atuação do casal protagonista é básica, um romance sem química, enquanto Sean Bean aparece e desaparece de cena incontáveis vezes. Mas o grande destaque é Redmayne, que atualmente concorre ao Oscar de melhor ator por A Teoria de Tudo, onde interpreta o renomado cientista Stephen Hawking. A interpretação do ator britânico é tão ruim que temos a impressão que os próprios diretores cortaram o seu tempo de tela. Na esperança de “criar” um vilão diferenciado, Redmayne transformou o seu Balem Abrasax em um ser excessivamente afetado, e só. Sem camadas, o britânico simplesmente exagerou na dose, gritando em momentos inoportunos antes de voltar ao timbre de dor de garganta do vilão.
Com tudo isso contra, é de se esperar que pelo menos o visual compense, mas não. Esteticamente O Destino de Júpiter até parece promissor, pelo menos no figurino do seu casal protagonista (fora as orelhinhas) e da realeza espacial, mas quando se trata da caracterização das outras raças extraterrestres o filme se torna um circo. Lagartos voadores e serviçais com cara de rato! É algo tão infantil e banal que chegamos a fechar os olhos e desejamos estar em outro lugar. Tudo piora quando os personagens se colocam em movimento, em uma edição que segue aos tropeços.
Com O Destino Júpiter, os irmãos Wachowski voltaram a enfatizar que sua única contribuição realmente valorosa para o cinema foi o primeiro Matrix. De lá para cá eles vem se afundando em um show de horrores -visual, narrativo e conceitual – onde eles mesmos são as estrelas, enquanto nós, meros mortais, simplesmente os observamos serem felizes.