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MIB: Homens de Preto Internacional – Problemas de roteiro, mas divertido!

Os alienígenas estão de volta em MIB: Homens de Preto Internacional

A agência dos Homens de Preto é responsável por proteger a terra da escória do universo. Só que dessa vez, o problema é ainda maior: há um traidor dentro da corporação. É nesse contexto que a agente em treinamento M (Tessa Thompson de Thor: Ragnarok) é enviada do Brooklyn para Londres, com a missão de auxiliar o arrogante e atrapalhado agente H (Chris Hemsworth, de 12 Heróis). MIB: Homens de Preto Internacional (Men in Black: International) faz jus ao seu título ao apresentar uma ampla rede de conexão que se estende para além do continente americano.

Crítica MIB 4 Homens de Preto Internacional

Barry Sonnenfeld abandona a direção, ficando apenas como produtor executivo, e passa o bastão para o veterano F. Gary Gray. Essa mudança, aparentemente impactante, não altera o universo concebido por Sonnenfeld na década de 90, muito pelo contrário. Gray desempenha elegantemente o papel de resgate das concepções artísticas e criativas vistas desde o primeiro filme. O ápice da série, como também a sua conclusão em MIB: Homens de Preto 3, encerra o arco dos agentes K e L dignamente. Nada mais justo que começar uma nova saga.

Seguindo o exemplo dos filmes iniciais, MIB: Homens de Preto Internacional tem uma diversidade de alienígenas, alguns já conhecidos do público (aqueles pequenos que adoram fumar e tomar café) e outros estreantes como, por exemplo, um que tem a capacidade de acelerar, atrasar e congelar o tempo. Uma pena foi a maior parte do trabalho de concepção artística das criaturas ter sido realizada em CGI, em decréscimo da utilização de maquiagem.

Já o designer cenográfico do filme é interessante. A sede da MIB em Londres é bem parecida com a já conhecida sede estadunidense, mas com certas peculiaridades. Ponto também para a estação de metrô e, consequentemente, a transformação tecnológica alienígena do transporte metropolitano. Assim como nos filmes anteriores, os carros e o arsenal de armamento continuam bastante criativos e destrutivos.

A salvação do elenco

O maior problema do filme está no roteiro. Estruturalmente ele funciona, mas acaba pecando em descumprir aquilo que já foi acordado com o espectador no começo da projeção, como, por exemplo, o uso do neutralizador e a presença massiva de civis nas ações dos agentes MIB. Outro problema está na previsibilidade do suspense provocado pela narrativa. A partir da metade da história, fica óbvio o desenrolar dos conflitos que são colocados diante do espectador e a tão aguardada revelação parece muito simples, o que esfria completamente o desfecho do epílogo.

Crítica MIB 4 Homens de Preto Internacional

Se o roteiro é deveras problemático, o elenco supera essa falha. Tessa Thompson e Chris Hemsworth possuem uma boa química, e ambos trazem o bom o humor e a sobriedade dos agentes da organização ao mesmo tempo que carregam personagens consistentes. Infelizmente, o vício de Hemsworth em gestos e caracterização do Deus do Trovão da Marvel são trazidos em muitos momentos pelo ator, o que acaba atrapalhando bastante o desenvolvimento do personagem. Claro, há uma cena que faz diretamente referência à Thor, que funciona como uma “gag”. E por falar em comicidade, os agentes são acompanhados por um pequeno alien que acaba realizando a maioria dos alívios cômicos. E o que dizer da presença de Sérgio Malandro? É curta, passageira e sem nenhuma relevância para o filme.

Sobre a direção de Gray, há bons momentos. Uma panorâmica seguida de um travelling para frente no começo do filme e que é repetido no epílogo é uma das cenas que mais chama atenção. Com um início promissor, MIB: Homens de Preto Internacional é um filme divertido que, mesmo tropeçando aqui e ali, mantém o espírito de seus anteriores. No aguardo de uma nova sequência.

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