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Megatubarão – Um filme trash honesto!

Tudo que Megatubarão promete, ele entrega!

Caro leitor, farei agora uma pergunta honesta: o que você espera de um filme como Megatubarão (The Meg)? Algo sério? Algo que fará com que tenhamos dúvidas existencialistas? Que finalmente revelará os talentos dramáticos de Jason Statham (visto por último em Velozes e Furiosos 8 e Assassino A Preço Fixo 2)? Vamos e convenhamos: quando assistimos a uma obra como essa, queremos é nos divertir com a estupidez da trama e com o monstro fazendo uma carnificina. Neste caso, o produto em questão é competente.

Crítica de Megatubarão

O longa mostra uma estação de pesquisa marítima que parece ter encontrado um novo mundo, repleto de animais teoricamente extintos. Após o ataque de uma dessas criaturas a um dos submarinos da estação, eles chamam o experiente Jonas (Statham) para resgatar os membros da embarcação.Ele descobre que o causou um ataque foi uma espécie pré-histórica de tubarão que mede quase 30 metros. Cabe ao herói salvar a tripulação e tentar impedir que esse “mega” acabe com a humanidade.

Baseado em um livro(!), o roteiro tem tudo que você imagina em matéria de clichê deste tipo de produção: o herói solitário, mas o único que pode resolver o problema; bilionários idiotas e inescrupulosos; crianças inocentes; cientistas que mais erram do que acertam; e por aí vai. Não há personagens, mas atores dizendo falas. E não há muito mais a dizer do “roteiro” de Megatubarão, a não ser que o rabisco foi feito em um guardanapo e o tratamento final feito em um papel higiênico. O que tem de situações estúpidas e incoerente daria uma lista com a extensão da Avenida Paulista.

Crítica de Megatubarão

Mas o filme se mostra mais equilibrado graças à direção de Jon Turteltaub. O cineasta abraça o trash, mas ainda cria bons momentos de suspense com o monstro. Como na cena que traz uma câmera subjetiva de Jason Statham enquanto ele procura o tubarão, mostrando apenas a cauda dele passando pelo herói. O diretor também se mostra seguro nas construção do humor usando boas gags visuais, como a do tubarão comendo uma vítima que está dentro de uma espécie de bolha. Esse cuidado também é aplicado no som, que é a principal forma de se criar o suspense do filme, já que, quando os personagens estão submersos, só escutamos o som da velocidade do monstro em vários locais, algo que funciona para a criação da atmosfera.

Pena que Turtelbaut não consiga tirar mais de sua equipe, como do diretor de fotografia Tom Stern, parceiro recorrente de Clint Eastwood, entregando um trabalho bem qualquer nota. Também é o caso do compositor Harry Gregson-Willians, que faz uma trilha que se mostra genérica até dizer chega. Apesar de tudo, o design de produção do longa mostra criatividade, principalmente na arquitetura da estação e dos submarinos que estão ali, realmente mostrando que é um lugar bastante avançado tecnologicamente.

Na falta de Dwayne Johnson, ainda tem Jason Statham

Como Dwayne “The Rock” Johnson estava ocupado lutando contra monstros mutantes (Rampage) e salvando pessoas de um enorme edifício (Arranha-Céu), coube a seu parceiro da franquia Velozes e Furiosos – o britânico Jason Statham – enfrentar o tubarão gigante. Apesar de seu personagem ser mais bem humorado que a maioria de sua “leva”, ainda é Statham interpretando Statham: o herói indiscutível, com voz rouca, sotaque britânico e poucas expressões. O bom é que ele se mostra mais carismático nesse papel e tem uma boa química com o resto do elenco. Não que sejam também grandes atores, mas tem lá sua presença e entregam a canastrice que o texto exige deles. 

Crítica de Megatubarão

Mas o que importa é o Mega do título, que tem um efeito em CGI convincente e o seu visual é assustador, ao mesmo tempo que não é algo muito exagerado. Além do tamanho e do formato da mandíbula, a pele é diferente e contribui para criar uma criatura marinha realmente ameaçadora. Já que são as cenas dos ataques que importam de verdade e elas funcionam, ainda bem que o visual do tubarão não decepciona.

Megatubarão é um filme trash honesto que entrega o peixe – ou tubarão – que vende. Diverte, só não poderia almejar algo além de esquecível. No entanto, para quem quer apenas se divertir com um astro canastrão e um monstro gigante, vale a pena.

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