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Maggie: A Transformação – Quem diria…?

Maggie

Por mais fãs de zumbis que existam, sempre há uma parcela do público que não aguenta mais ver a exploração do tema e acha que já deu. Nada contra um lado ou outro, já que cada um pode ter argumentos válidos, mas convenhamos que depois que George A. Romero praticamente estabeleceu as convenções deste subgênero do terror, tivemos vários exemplares que mal trocaram a embalagem contando a mesmíssima história. Como os mortos-vivos ainda seguem em alta nas mídias de entretenimento já há algum tempo – The Walking Dead fala por si – houve espaço para algumas subversões bacanas em comédias, como Zumbilândia, ou dramas televisivos, como o inglês In The Flesh.

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Falando em drama, é neste segmento que apareceu mais um produto inesperado envolvendo zumbis, e o inusitado fica por conta de Arnold Schwarzenegger em um papel dramático! A coisa vai além, pois o astro de ação de sai bem encarnando um personagem com carga emocional forte!! Maggie: A Transformação (Maggie) mostra o meio-oeste dos EUA lidando com uma epidemia zumbi como milhares que já vimos, mas neste caso o roteiro cria uma circunstância interessante, pois uma pessoa infectada não se transforma tão rápido, ficando uma janela de cerca de seis meses. O governo vem controlando a doença enviando essas pessoas para quarentena quando seu tempo está próximo do fim. Se o senso de urgência é bem menor em comparação com Extermínio, por exemplo, o componente dramático aumenta bastante, já que vemos famílias tendo que lidar com a perda iminente de parentes, de uma forma bastante desagradável.

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Neste cenário, Maggie (Abigail Breslin, a Pequena Miss Sunshine) é uma adolescente infectada como tantos outros, que se encontra fugindo por causa de sua condição. A história começa com Wade, seu pai – vivido por Schwarzenegger – encontrando-a após dias de busca, voltando com ela para casa graças a um favor de um amigo médico. Se em um primeiro momento tudo está bem, essa calma tem data para terminar de uma forma bastante dolorosa, e o velho astro de ação conseguiu criar um tipo que convence na desolação, seguindo firme no propósito de defender a filha. Aumentando a carga do personagem, a madrasta de Maggie (Joely Richardson, de Millenium: Os Homens que não amavam as Mulheres), longe de ser um estereótipo previsível da megera egoísta que tenta colocar o pai contra a filha, se esforça no papel de mãe substituta, mas sente um medo compreensível e justificado. A fotografia escura e de cores esmaecidas potencializa o drama em torno deste trio.

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Dirigido por Henry Hobson, que tem bastante experiência trabalhando com tipografia e desenvolvendo vinhetas de abertura de fechamento de filmes, como O Cavaleiro Solitário, Se Beber Não Case II e A Árvore da Vida, essa é sua estreia comandando um longa. Um mérito e tanto ter encontrado algo da veia dramática de Schwarzenegger, mesmo que seja –sábia escolha – em um papel de um caipira pouco articulado, já que milagre não existe. O único deslize ficou para o término da história, sendo que a resolução da trama é bastante lógica, mas tem pouco peso visual. Ficou a sensação de que se fosse descrito na última página de um livro, seria mais impactante do que a cena criada. É uma pena, mas devemos lembrar que Hobson está apenas começando e pode vir uma carreira interessante por aí.

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Mesmo não convencendo muito na conclusão, Maggie: A Transformação tem uma qualidade rara no cinema comercial de hoje. O filme tem uma direção clara e se mantém por esse caminho, sem ceder à tentação de enfeitar esse interessante drama com sustos inúteis só por ter zumbis em sua história. Não espere isso de forma alguma, pois a praga está ali apenas para contribuir com o conflito e o sofrimento dos personagens. Se apenas isso não basta, lembre-se que não é todo dia que um brutamontes do cinema surpreende na atuação, ainda mais nesta altura da carreira.

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