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Homem-Formiga – Diversão gigante!

Homem-Formiga foi comentado no Formiga na Cabine!

Homem-Formiga

Personagem de terceiro(?) escalão da Marvel, orçamento não divulgado, diretor conceituado substituído após “diferenças criativas” e ator principal associado a comédias. Os pessimistas já enxergavam o fracasso no horizonte, apesar de uma campanha de marketing criativa e longe da padronização chata que domina a indústria hoje. Os trailers confirmaram o tom mais descontraído da produção, mas apesar do estúdio já ter acertado na mosca com personagens desconhecidos em Guardiões da Galáxia, ainda havia um certo ceticismo no ar. Depois de tudo isso, nada como conferir a produção de uma vez por todas, não?

Tales to Astonish - Ant Man

O Homem-Formiga é um dos super-heróis surgidos no estouro da Marvel, no início da década de 1960, na revista Tales to Astonish. Criado por Jack Kirby, Stan Lee e Larry Lieber, seguia aquela tendência do herói inventor/cientista e sua identidade civil era o Dr. Henry “Hank” Pym – criador de uma tecnologia que o tornava capaz de se encolher e controlar formigas – e fez parte da formação original dos Vingadores, que estrearam no ano seguinte. Casado com Janet Van Dyne, a Vespa, que o acompanhava utilizando os mesmo recursos, o personagem tem uma das trajetórias mais complicadas da editora. Já assumiu outras identidades heroicas, como Gigante e Golias, cujos nomes já entregam a capacidade de aumentar seu tamanho, além do Jaqueta Amarela (cujo nome vem de uma outra espécie de vespa), já apresentando sinais claros de perturbação mental. Claro que tudo isso foi bastante simplificado para o cinema.

As várias encarnações de Hank Pym: Homem-Formiga, Gigante, Golias e Jaqueta Amarela!

As várias encarnações de Hank Pym: Homem-Formiga, Gigante, Golias e Jaqueta Amarela!

No fim dos anos 70, Scott Lang é apresentado aos leitores, criado por David Michelinie e John Byrne, como um ladrão regenerado que rouba o traje de Homem-Formiga como último recurso para salvar sua filha doente. Ao devolver o equipamento, Hank Pym oferece a ele a oportunidade de continuar atuando sob a identidade do herói. A ideia básica do segundo Homem-Formiga das HQ’s foi o ponto de partida para o roteiro de Edgar Wright, que seria o diretor do longa, e Joe Cornish. A presença do primeiro, responsável de Chumbo Grosso e Scott Pilgrim Contra o Mundo, dava indícios de um filme mais pessoal, assim como a participação de Cornish, que escreveu e dirigiu uma curiosa e interessante versão “periferia” de Super 8, chamada Ataque ao Prédio, aumentava essa impressão.

Homem-Formiga

A decepção foi grande com Wright dispensado e substituído pelo inexpressivo Peyton Reed, diretor de Separados Pelo casamento e Sim Senhor, e o roteiro ganhou mais um tratamento pelas mãos do protagonista Paul Rudd e Adam McKay, diretor que costuma trabalhar com Will Ferrell. Contrariando os prognósticos, Homem-Formiga (Ant –Man) é uma produção que funciona, entregando um tipo de aventura leve, com toques cômicos, em sintonia com os conceitos lúdicos e descompromissados que seriam esperados ao abrir uma HQ do personagem.

Paul Rudd como Scott Lang!

Paul Rudd como Scott Lang!

Trazendo um Hank Pym mais velho (Michael Douglas), que atuava como Homem-Formiga durante a Guerra Fria, a trama começa a partir das manobras do pupilo do cientista, Darren Cross (Corey Stoll, da primeira temporada de House of Cards e The Strain), tomando o controle de sua empresa com intenções de comercializar a tecnologia das Partículas Pym para fins militares, batizando o novo traje de Jaqueta Amarela. Para dete-lo, Pym manipula o ex-presidiário divorciado Scott Lang, que se encontra com problemas para conseguir um emprego e o direito de visitar a filha, para transforma-lo em seu sucessor. Paul Rudd (Tudo Por Um Furo e Encontros e Desencontros do Amor) se sai bem como Lang, com uma atuação que não tenta dar mais do que o tom do filme pede. Evangeline Lilly (Lost e dois filmes da trilogia O Hobbit) como a relutante e inicialmente hostil Hope, filha do herói original, também dá conta do recado.

Michael Douglas como o Homem-Formiga original, instruindo o pupilo!

Michael Douglas como o Homem-Formiga original, instruindo o pupilo!

A fórmula simples do protagonista inseguro que precisa encontrar sua força interior e assim derrotar um vilão que é a maldade em pessoa, tutelado por um mentor que também tem contas a acertar com a vida, segura a narrativa. Tudo amparado por cenas de ação bacanas, com um 3D que realmente contribui para a uma boa experiência , intercalando doses de humor que não soam forçadas e levam o público aos risos pela naturalidade com que aparecem. Destaque para vários momentos em que os amigos trambiqueiros de Scott Lang aparecem, com um impagável Michael Peña liderando o trio. Se você já conhece o trabalho de Edgar Wright, vai perceber a influência dele nesta produção e imaginar como teria sido com sua permanência até o fim.

Evangeline Lilly como Hope Van Dyne!

Evangeline Lilly como Hope Van Dyne!

As ressalvas ficam por conta do vilão Darren Cross, personagem bem pouco desenvolvido. O filme falha nos momentos em que tenta conferir mais profundidade a ele, o que talvez nem fosse necessário com um ator um pouco mais carismático. Também existem situações difíceis de aceitar, com planos que contam descaradamente com a sorte e no fim dão 100% certo. Não é difícil perceber que alguns questionamentos internos também não tem sentido, em um mundo já povoado por seres super-poderosos. Talvez sejam esses os prejuízos da troca de diretor e o novo tratamento do roteiro, mas não é por isso que você deveria deixar de ver o filme, prestando atenção em várias referências aos outros filmes da Marvel e aguardando após o final pelas DUAS cenas pós-créditos.

O vilão Jaqueta Amarela!

O vilão Jaqueta Amarela!

Pois é! Uma pena para os que torciam contra, mas não foi desta vez. Homem-Formiga é uma diversão gigante, ironicamente fazendo uma referência indireta a outra identidade do Hank Pym dos quadrinhos. Se existe alguma pessoa santificada que evitou os trailers, parabéns e mantenha-se firme, pois infelizmente alguns ótimos momentos já foram entregues ali. Independente disso, a Fase 2 do Universo Cinemático da Marvel terminou muito bem e vamos ver o que eles tem para a próxima!

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