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Caça-Fantasmas – Retorno repleto de polêmicas!

Caça-Fantasmas foi comentado no Formiga na Cabine!

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Marcado desde seu primeiro trailer pela grandiosa polêmica, o novo Caça-Fantasmas (Ghostbusters) conseguiu quebrar recordes negativos antes mesmo de estrear nos cinemas. É, de longe, o vídeo mais “descurtido” da história do YouTube, além de ter virado um alvo fácil para os comentários carregados de ódio de internautas ociosos. Porém, será, agora que finalmente pudemos conferir o resultado final, que se trata de um filme tão ruim assim? Não. Na verdade, é ótimo.

O reboot tem início com a demissão de Erin Gilbert, uma cientista teórica que almejava a cátedra da universidade. Todo o pesadelo dela começa quando sua amiga de infância, Abby, lança na internet o livro que escreveram juntas tentando comprovar a existência de fantasmas. Sem saber o que fazer com sua vida e sua carreira, acaba aceitando o convite de Abby em participar de sua empresa nada convencional: a Caça-Fantasmas. O momento para a inauguração do negócio não poderia ser mais propício, já que ocorre uma estranha infestação de espíritos malignos em Manhattan.

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Se valendo da liberdade dessa situação abordada no reboot, Paul Feig cria seu melhor filme até então. O roteiro dele e de Katie Dippold acena muito, respeitosamente, ao filme original de 1984. Sua estrutura de narrativa, é, de certo modo, muito similar à do clássico, por isso é muito difícil se aborrecer com esse novo Caça-Fantasmas, um blockbuster que tenta de tudo para agradar o espectador. Sabendo disso, os caminhos e escolhas que Feig toma em sua história são bem óbvios, afinal você já viu uma história similar antes. As novidades residem mesmo no uso mais apurado de uma atmosfera aterrorizante nos casos que o grupo encara e, obviamente, na nova formação de caçadoras.

É justamente no elenco tão “detestado” que Feig faz seu filme brilhar. Para nossa sorte, as personagens não são meras cópias de Venkman, Stantz, Spengler e Winston. Apesar do texto não conferir elementos que fogem dos estereótipos clássicos da comédia como “a certinha tresloucada”, “a gordinha engraçada”, “a esquisitona” e sempre presente “negra realista e caricata”. Os tipos funcionam muito bem para a narrativa e revelam até mesmo algumas camadas de complexidade – menos para Kate McKinnon, a esquisitona que quase incorpora o estilo de Zach Galifianakis e seu Alan de Se Beber não Case em sua atuação.

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Agora, dizendo uma polêmica, finalmente a franquia Caça-Fantasmas consegue ter uma comédia digna de nos arrancar algumas gargalhadas. A grande maioria das piadas funcionam muitíssimo bem, apostando muito em humor de alta qualidade como a vertente nonsense apresentada pelo secretário Kevin, com a atuação fantástica de Chris Hemsworth que sempre rouba a cena com as idiotices de seu personagem. Além do humor inteligente que Feig e Hemsworth apresentam, McKinnon só consegue brilhar tanto com sua personagem monossilábica graças ao ótimo empenho técnico e timing cômico que o diretor possui em seu trabalho.

Feig sempre trabalha McKinnon através de reaction shots inusitados, além de quase sempre encaixá-la na profundidade de campo, elaborando mais algumas caretas contrastantes dignas de Sacha Baron Cohen. Realmente, é a personagem mais engraçada, além de Patty Tolan. Já com Melissa McCarthy são outros quinhentos. A atriz não diversifica muito o estilo de humor que já tinha apresentado antes com outros filmes de Feig. Muito disso se baseia em esquetes repetitivas que funcionam, apesar disto.

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Como sempre, Feig erra a mão na comédia de improviso – geralmente protagonizadas por McCarthy. A insistência nessas piadas consegue gerar até mesmo um constrangimento alheio. Fora isso, mesmo mantendo ótimo ritmo na maioria do filme, conseguindo manter seu interesse, o exagero do show de pirotecnias – efeitos visuais fantásticos por sinal, durante o clímax consegue cansar já que se trata de um terceiro ato relativamente longo, que se baseia muito na ação da captura dos fantasmas e deixa a narrativa de escanteio. Aliás, nessa nova incursão, temos um verdadeiro antagonista humano que trama toda a libertação dos espíritos. Como era de se esperar, a motivação é para lá de rasa, bem superficial, mas o personagem cumpre bem o papel, rendendo até mesmo ótimas piadas geradas pelo uso da possessão corporal.

O novo Caça-Fantasmas com certeza é o melhor blockbuster desse ano de 2016. Um filme que foge das tramoias de super-heróis ou franquias gigantescas. As piadas são excelentes, a história se sustenta bem, as personagens são fantásticas, além de abordar com criatividade as muitas participações especiais do elenco original. Até mesmo o fã mais fervoroso e irritadiço, nutrido de bom senso, terá que admitir que essas mulheres realmente são ótimas em caçar fantasmas. Querendo ou não, o fazem em um filme de muita qualidade.

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