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Baywatch: S.O.S. Malibu – Nem salva-vidas impedem o filme de naufragar!

Baywatch: S.O.S. Malibu é mais um remake fracassado

Nas últimas décadas, Hollywood tem se especializado em sequências, franquias e remakes. As justificativas econômicas são óbvias, mas, no caso das refilmagens, apesar de elas se mostrarem fracassadas na maior parte das vezes, a ideia de trazer para o público contemporâneo conteúdo de outras épocas é algo que pode ser louvado. No entanto, isso começa a se tornar um grande problema a partir do momento em que são adaptadas séries de televisão cujo ápice criativo consistia em mostrar corpos esculturais correndo em câmera lenta. Sendo assim, é claro que não havia a menor chance de Baywatch: S.O.S. Malibu (Baywatch) atingir qualquer tipo de sucesso artístico.

Crítica de Baywatch no ar!

Contendo uma história em muitos pontos parecida com a do seriado, o filme acompanha Matt Brody (Zac Efron), um ex-atleta olímpico condenado a prestar serviços comunitários atuando como salva-vidas. Enviado até a praia de Baywatch, ele atuará sob a chefia do idolatrado Mitch (Dwayne Johnson, recentemente visto em Velozes e Furiosos 8 Terremoto: A Falha de San Andreas). Porém, como Matt não reage positivamente às hierarquias e cadeias de comando, os dois têm uma relação turbulenta. Será somente depois da descoberta de que há uma mulher (Priyanka Chopra) despejando drogas em plena praia que eles terão de unir forças e trabalharem juntos.

Embora os primeiros minutos de Baywatch: S.O.S. Malibu sejam os mais comicamente eficientes de todo o filme, durante os créditos iniciais já é possível enxergar um prenúncio do que o público pode esperar pela próxima hora: a informação de que a história do longa foi concebida por quatro pessoas e o roteiro, escrito por duas! Ou seja, como se não bastasse o fato de que a série original já havia sido criada por três sujeitos, o novo filme precisou de doze mãos para vir à vida. Mais do que um claro sinal de incompetência (histórias manufaturadas por várias pessoas quase sempre se revelam problemáticas), isso é a prova definitiva do porquê o longa não funciona.

Crítica de Baywatch no ar!

Pois, apesar de achar que nunca diria algo parecido, o maior problema de Baywatch: S.O.S. Malibu é a atenção excessiva que os responsáveis dão à trama. Como o elenco é inteiramente carismático (com a exceção do irritante Jon Bass) e o texto faz questão de ser apelativo e escroto, era preferível que a história focasse na interação entre os personagens e deixasse a história em segundo plano. Mas, em vez disso, a trama, que não é nem um pouco interessante, se arrasta por vários minutos, com momentos e conflitos repetitivos. Além disso, pedir para o público se interessar por um grupo de pessoas que lamentam não poder fazer o trabalho que é claramente responsabilidade da polícia não é um dos dramas mais comoventes.

A direção desastrosa de Seth Gordon

Dessa maneira, o filme tem uma metragem muito maior do que a necessária, e até mesmo o humor besteirol, que, em doses homeopáticas, pode ser bem agradável, se desgasta rapidamente. Afinal de contas, há um limite para piadas sobre órgãos genitais e sexo. Piorando ainda mais a o filme, Seth Gordon, por sua vez, não consegue conceber planos e cenas que potencializem os momentos cômicos. Excetuando-se os já mencionados minutos iniciais, o restante do filme é uma sequência infindável de momentos de humor anti climáticos.

Crítica de Baywatch no ar!

E se, comicamente, a direção de Gordon é nula, não há como dizer algo diferente da maneira com que ele filma as cenas de ação. Empregando ângulos tortos e falhando no estabelecimento da geografia de cena (o espectador não consegue se situar), o cineasta transforma esses momentos em anti exemplos cinematográficos. Caso o leitor deseje saber quais são os erros primários que alguém pode cometer na hora de decupar cenas de ação, não perca este filme. Por fim, a sua insistência em filmar quase tudo em câmera lenta e ao som de canções de Hip Hop gera a constante impressão de que estamos assistindo a um clipe musical estendido de 50 Cent em vez de um filme. Sei que a câmera lenta era uma marca registrada do seriado, mas, usá-la mais de dez vezes é um abuso difícil de ser tolerado.

Com participações esquecíveis de David Hasselhoff e Pamela Anderson, Baywatch: S.O.S. Malibu já é um dos principais candidatos a pior filme do ano. A maioria das piadas não funcionam, as cenas de ação são risíveis, a atmosfera é exacerbadamente cafona e a metragem é muito longa. Hoje em dia, o seu lugar é no lixo. Mas, talvez, no futuro, quem sabe ele não se torne em um poderoso instrumento de tortura. Assim, a sua existência não seria totalmente irrelevante.

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