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AMOR, PLÁSTICO E BARULHO – O submundo do brega cru e nu! (Estreia em 22/01)

Amor, Plástico e Barulho

Orgânico. Se Amor, Plástico e Barulho pudesse ser resumido em uma palavra, talvez essa fosse “orgânico”. A música brega de longe não é nenhuma unanimidade entre o povo brasileiro, principalmente nas regiões sul/sudeste, estando muito mais presente no norte/nordeste; e é isso que o filme nos traz. Um retrato muito cru de todo um universo muito singular, composto de uma gama de artistas que busca fazer sucesso através de tal gênero.

Amor, Plástico e Barulho

Na trama, que acontece em Recife, somos apresentados à dançarina Shelly (Nash Laila), cujo maior sonho é tornar-se uma cantora brega de sucesso. Para isso ela irá entrar num universo onde terá que envolver-se em relações descartáveis e passar situações árduas conquistar seu objetivo, ao lado de Jaqueline (Maeve Jinkings), uma cantora decadente do gênero, e inevitavelmente seu futuro espelho.

Amor, Plástico e Barulho

Quanto à imersão nesse universo, o filme não poupa esforços para ser verossímil. O tempo todo somos jogados em meio a situações vividas pelas personagens, em que estando em condições diferentes das mesmas, o choque de realidades vem à tona. É claro que Amor, Plástico e Barulho não foi o primeiro a causar esse tipo de reação, e nem será o último, mas tais fatos inseridos num universo tão singular – como dito anteriormente -, conferem uma experiência com um tom de descobrimento.

É evidente que tais sentimentos aflorados devem-se grande parte às atuações de Nash e Maeve, que conduzem o filme com maestria. Por vezes nos preocupamos com o futuro de Shelly, que a medida em que a película se desenvolve, se vê cada vez mais obcecada e determinada a atingir seus objetivos, até mesmo se expor-se ao ridículo for necessário. Já Jaqueline que no começo da trama ainda tem uma carreira com certa influência, vai ao longo da narrativa, imergindo em álcool numa espécie de autodestruição.

Amor, Plástico e Barulho

Shelly e Jaqueline são duas personagens fortes, que centralizam a história; porém a falta de personagens secundários (que existem, e não são poucos) interessantes e com maior profundidade para dar suporte às duas, é extremamente sentida. Obviamente, por um lado isso valoriza ainda mais o trabalho das duas atrizes, porém por outro faz com que paire sobre o espectador um sentimento de vazio.

Outra opção erroneamente feita pela diretora Renata Pinheiro é a de inserir no meio do filme imagens da construção de um shopping center em recife, como forma de protesto. E essas imagens vêm da forma mais bruta possível, sendo elas em qualidade extremamente baixa (lembram um vídeo feito de um celular mais antigo), contrapondo-se com o restante do filme. É claro que a diretora tinha seus motivos para tal decisão, porém arriscada do jeito que foi, faz com que o espectador saia por completo do que se passa na trama.

Amor, Plástico e Barulho

Mesmo com tais ressalvas, Amor, Plástico e Barulho vêm para somar e é uma das boas produções nacionais do ano.

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