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10 filmes para fãs de Blade Runner!

Um lista para quem curte Blade Runner

Quem não gosta, nem que seja um pouquinho, do filme Blade Runner, bom sujeito não é. Mesmo dividindo opiniões desde seu lançamento, lá em 1982, a obra de Riddley Scott não passa batido a nenhum espectador, mesmo o mais distraído. A história, baseada na obra Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? do mestre Philip K. Dick (muito bem resenhado aqui no Formiga Elétrica por Gustavo Clive Rodrigues), consegue equilibrar futuro distópico, aventura e até um certo romance sem perder o ritmo, ao ponto de conquistar novos admiradores com o lançamento da versão do diretor que alguns acreditam ser ainda melhor que a original (esta que vos escreve, inclusive).

Com a estreia de Blade Runner 2049, de Denis Villeneuve, nas telonas do mundo, a gente preparou um prato de entrada caprichado para antes do banquete e listou os 10 melhores filmes para fãs de Blade Runner. Tem futuro distópico, inteligência artificial, tecnologia extrapolada e questionamentos sobre a realidade neste pacote, entre outras coisas. Aliás, se você é fã mesmo do filme de Ridley Scott, dê uma olhada neste quiz.

Lista para quem curte o filme Blade Runner

Confira!

10 –Gattaca (Idem, 1997)

Era uma vez um futuro onde os bebês são gerados em laboratórios após uma longa seleção de genes que garantem uma carreira brilhante. É com essa premissa que o diretor Andrew Niccol constrói a história de Vincent Freeman, interpretado por Ethan Hawke, que precisa esconder sua origem para realizar o sonho de tornar-se astronauta. A tal origem é que, ao contrário de seus colegas aspirantes a homens do espaço, Freeman foi gerado de maneira natural, logo, é considerado um inválido para a sociedade. Mesmo esforçando-se ao máximo para não ter seu segredo descoberto, ele acaba envolvido em um assassinato dentro da empresa onde trabalha e seus planos precisam ser revisados. Uma Thurman e Jude Law completam o elenco dessa que foi uma das ficções-científicas mais bacanas da década de 90, discutindo questões como eugenia e os perigos da manipulação do DNA.

 

9 – Videodrome – A Síndrome do Vídeo (Videodrome, 1983)

Não poderia faltar as loucuras visuais e os corpos mutantes de David Cronenberg nesta lista. Aquela sensação de assistir TV e sentir-se manipulado é levada a um outro patamar nesta produção que tem como protagonista Max Renn (um ótimo James Woods), dono de uma emissora de TV que descobre um canal que apresenta uma programação nada agradável, com imagens de pessoas sendo torturadas e assassinatos. Só que, ao contrário de alguns canas da nossa televisão brasileira, não é apenas ibope o objetivo e as imagens alteram as percepções de quem as assiste, causando danos irreversíveis ao cérebro. Quem conheceu Cronenberg pós- Cosmopolis vai se surpreender com seu talento para o grotesco e seu estilo único de filmar. Ah, e suas trilhas sonoras escolhidas a dedo.

 

8- Akira (Idem, 1988)

E uma lista sem filme japonês não é uma lista. Não bastou para Katsuhiro Otomo criar um dos quadrinhos mais legais do outro lado do mundo. Ele também quis transformá-lo em longa-metragem e conseguiu um dos melhores exemplares da animação nipônica, não só dos anos 1980, já que até hoje é uma referência para quem quer ir além dos Studios Ghibli. Ambientado no ano de 2019 (tá chegando, minha gente!), a história mostra um grupo de motoqueiros, comandado pelo jovem Kaneda, vivendo em uma Tóquio pós-moderna. Com a chegada de um grupo rival, um dos integrantes acaba sequestrado para servir de cobaia em experimentos científicos bancados pelo governo. Não bastasse o bom roteiro, o filme ainda é inovador em questões técnicas como os cenários realistas e a pré-dublagem.

 

7- Ex Machina: Instinto Artificial (Ex Machina, 2015)

É uma tristeza saber que o filme que marca a estreia do roteirista Alex Garland na direção tenha chegado ao Brasil apenas em DVD e Blu-Ray. Assistir esta fábula futurista sobre inteligência artificial na tela grande daria novo sentido à trama que, apesar de ter como protagonista o tímido programador Caleb, vivido por Domhnall Gleeson, é toda da atriz Alicia Vikander. Na pele e nos cabos e controles da robô Ava, ela interpreta um de seus melhores papéis e ainda colabora para dar mais veracidade a história. Por mais que os efeitos especiais sejam incríveis e premiados com o Oscar, é no olhar e nos movimentos que mesclam tecnologia e humanidade feitos por Vikander que moram o encanto do filme. Ótimos diálogos e cenas que remetem a Nietzsche e Freud são a cereja deste bolo delicioso e que é um presente perfeito para os amantes do sci-fi.

 

6- EXistenZ (Idem, 1999)

Olha o Cronenberg aí de novo, gente! Não é por nada que, mesmo em seus filmes mais “realistas”, ele consegue agradar quem precisa de ficção científica para viver. Aqui não é diferente e o cenário escolhido é o universo dos videogames, onde uma designer de jogos com o sugestivo nome Allegra (Jennifer Jason Leigh em ótima atuação, diga-se de passagem) precisa fugir de um grupo de fanáticos após lançar o game que dá nome ao filme. Na fuga, realidade e fantasia se misturam e Cronenberg brinca com o espectador sem deixar de lado o principal, que é a ideia de um universo onde a tecnologia não é mais apenas uma ferramenta de trabalho, mas a razão de viver das pessoas. Lembra alguma coisa, caro leitor?

 

5- Tetsuo – O Homem de Ferro (Tetsuo, 1989)

Mais japonês, por favor! Este exemplar cyberpunk não poderia faltar, até porque é um dos melhores exemplos da mistura de horror com ficção científica. Shinya Tsukamoto é o protagonista, o roteirista, o diretor e o montador do filme que reflete um universo de loucura, lâminas e sangue. Sabe o que aconteceria se David Lynch unisse seu universo de sonho com o fetiche por corpos dilacerados de David Cronenberg (olha ele aí outra vez!) e temperasse com referências a mangás violentos como Panorama do Inferno, de Hideshi Hino? Pois é, é quase isso, só que elevado a décima potência.

 

4- Robocop – O Policial do Futuro (Robocop, 1987)

A cidade de Detroit tomada pelo crime foi, durante muito tempo, a minha imagem de futuro. Paul Verhoeven levou para as telas temas como autoritarismo, identidade e corrupção tendo como fio condutor o ciborgue Robocop e sua crise entre a humanidade que ainda lhe resta e os poderes que a tecnologia lhe proporcionou. Com cenas dotadas de extrema violência, a geração atual talvez não entenda como um filme desses era exibido na Sessão da Tarde e nós, inocentes crianças, achávamos muito divertido. Ainda achamos, aliás.

Ah. aproveite e leia este artigo e ouça nosso podcast comparando o original com o remake.

 

3 – Alphaville (Idem, 1965)

Aos que ainda não deram um passo adiante na vida cinéfila e acreditam que ficção científica é um gênero “menor”, que só tem como objetivo o entretenimento (Oi? Já estamos quase no fim da lista e você ainda pensa isso?) vale buscar este exemplar de futuro distópico dirigido por um dos mais amados e odiados cineastas advindos do movimento da Nouvelle Vague. Jean-Luc Godard buscou num poema de Paul Éluard a inspiração para criar uma história sobre a ameaça de uma guerra nuclear e o que o medo faz com as pessoas que, como bem gosta o diretor, só podem ser salvas pelo belo, pela arte. Apesar de pender mais para o clima futurista, o filme tem elementos de cinema noir, incluindo os figurinos de Eddie Constantine e os ares de femme fatale da musa Anna Karina. O mistério é o ponto central, já que não se sabe se a Alphaville do título é uma cidade, um planeta ou uma galáxia. E nem é preciso saber para embarcar na viagem de Godard. Goste ou não do francês, Alphaville é um clássico.

 

2 – O Vingador do Futuro (Total Recall, 1990)

A medalha de prata é toda do tio Arnie! A direção de Paul Verhoeven (outra vez?) é segura e o roteiro inspirado em Philip K. Dick não podia ser mais preciso. Mas não se pode escapar do charme de Arnold Schwarzenegger quando ele surge na tela na pele de Doug Quaid, o operário que, no ano de 2084, queria viajar para Marte mas a mulher não deixou. A discussão do casal é só detalhe, já que o que importa é a descoberta de um passado que Doug nem desconfiava ter. É incrível como o filme envelheceu bem e, apesar de alguns efeitos datados e atuações nada surpreendentes, continua sendo uma das melhores produções dos anos 90 e inspiração para muitos que querem se aventurar no sci-fi. O remake de 2012 tem Colin Farell como protagonista. Basta para que você queira fugir, né?

Ouça o podcast sobre Realidades Adaptadas, coletânea de contos que inclui o trabalho de PKD que deu origem ao filme.

 

1- Metrópolis (Metropolis, 1927)

Fritz Lang merece o primeiro lugar sempre! Não apenas por ser um ótimo cineasta, mas porque mesmo passado décadas de seu lançamento, este filme continua rendendo assunto. É impossível falar de futuro, de crise, de trabalho mecanizado, de preconceito e até de feminismo sem passar por Metrópolis. Um conteúdo desse e o visual ainda é soberbo, com seus cenários que ainda impressionam e que vão além do movimento do qual ele se encaixa, o Expressionismo Alemão.

As máquinas, mesmo estáticas, são dotadas de humanidade e o que faz o situação mudar no mundo futurista de Lang são as pessoas e não os ponteiros nunca atrasados. Como esquecer o personagem duplo da atriz Brigitte Helm, que com um simples olhar passa de operária sonhadora para robô malvada? Quem tiver a oportunidade de assistir na tela grande, com imagem de qualidade, por favor, faça isso. É uma das experiências mais belas que se pode ter. Mais que uma ficção-científica, Lang fez um filme sobre a força da união e os enganos que a máquina pode trazer aos homens.

 

Curtiu a seleção? Como seria a sua lista? Comente aí e deixe a gente saber!

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