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A Múmia – Um olhar sobre as melhores versões para o cinema!

Analisando as três versões famosas de A Múmia!

A primeira versão de A Múmia viu a luz do sol em 1932, interpretado pelo lendário Boris Karloff – que já havia feito o monstro de Frankenstein um ano antes, no filme dirigido por James Whale. Este ano, com a chegada de mais uma versão do monstro aos cinemas, vale a pena rever algumas das melhores películas sobre A Múmia.

(Leia a crítica do reboot de A Múmia, com Tom Cruise)

Só avisando que nesse artigo serão avaliadas as três versões mais famosas da Múmia: a de 32 com Karloff; a produção da Hammer de 1959, com o sempre aterrorizante Christopher Lee;  e o filme de 1999, com Brendan Fraser, que se tornou uma franquia. Pra quem se interessar, dê uma conferida nessa postagem, que mostra a evolução do monstro durante esses 80 anos.

Esse monstro é originário da mitologia egípcia. Nos tempos dos antigos faraós, se acreditava que a alma precisava de um corpo para a vida após a morte. O processo de mumificação servia para preservar o corpo, já que os órgãos eram retirados, evitando que os líquidos internos acelerassem o processo de putrefação. Como os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses), e em outros tempos, sua crença era entendida como “magia”, era questão de tempo até alguém utilizar a mitologia para criar um conto de terror, caso uma múmia voltasse a vida por conta de alguma maldição.

A versão de Karloff – o marco inicial!

Bom, como o estúdio Universal estava fazendo produzindo releituras sobre monstros desde a década de 20 – e nos anos 30 tinha feito sucesso com Drácula e Frankenstein – o estúdio decidiu fazer a primeira versão cinematográfica de A Múmia, que foi inspirada na descoberta da tumba de Tuntacâmon em 1922 – e de uma suposta maldição que dizia que uma múmia voltaria a vida se alguém profanasse o seu túmulo.

a múmia

Se esse olhar não te provoca medo, procure um terapeuta.

O filme de 32 começa em 1922, quando um grupo de arqueólogos acorda o sacerdote Imhotep (Karloff) depois de lerem um pergaminho. Dez anos depois, quando a múmia, que está com o nome de Ardath Bey, está regenerada e com grandes poderes, decide reviver a sua amada Ankh-es-en-Amon, que acredita que reencarnou em Helen Grovesnor (Zita Johann).

Esse filme não segue a proposta da múmia que vai perseguindo os seus “profanadores” por conta da sua maldição. Vemos Imhotep utilizando poderes telepáticos para conseguir controlar as pessoas, e às vezes temos uma noção de sua força. Essa falta de ação o deixa mais denso, apesar de lento.

Como é um filme de 1932, uma série de concessões devem ser feitas, quanto a ritmo, efeitos especiais e maquiagem. Focando no vilão, é um antagonista interessante. Ele é frio, calculista e que tem uma presença aterrorizante. Muito se deve, claro, a atuação de Karloff, que com a sua voz grossa e o seu jeito de falar, transmitem uma enorme imponência quando está em tela. Destaque as cenas em que Imhotep mostra usa os seus poderes – em que o olhar do ator é simplesmente assustador.

A versão de Lee – tem Christopher Lee. Ponto.

Depois, houve a evolução da múmia em que ela virou o ser que cumpre a maldição e mata quem os profanadores. Logo após Boris Karloff, Lon Chaney Jr, que já havia interpretado o Lobisomem, deu vida a múmia em The Mummy’s Tomb e The Mumy’s Hand. Mas a volta derradeira do monstro veio em 1959, com o estúdio britânico Hammer, que já havia feito as suas versões de Frankenstein e Drácula.

Dirigidas por Terrence Fisher, e com roteiro de Jimmy Sangster, eram estrelados pela grande dupla de atores do estúdio: Christopher Lee como o monstro (Drácula/Monstro de Frankenstein) e Peter Cushing, como aquele que combate diretamente o monstro (Abraham Van Helsing/Victor Frankenstein). Essa turma se reuniu de novo para fazer essa nova versão d’A Múmia..

Interessante é que esse filme não segue a mesma história do filme estrelado por Karloff, mas é inspirado pelos filmes de Chaney Jr: a múmia vingativa é Kharis (Lee), um antigo sacerdote que tem como missão acabar com os profanadores da tumba da princesa Ananka.

a múmia

Christopher Lee e Peter Cushing em cena. Sem mais.

O herói da história é John (Cushing), filho de um dos arqueólogos que invadiram a tumba da princesa – e cabe a ele dar um fim na ameaça. O primeiro fato a ser evidenciado nessa versão é que Kharis é um monstro que é controlado. E ele é controlado por Mehemet Bey (Geroge Pastell), um sacerdote que acredita que os “infiéis” que ousaram profanar…bom, já deu para entender.

Esse filma da Hammer é eficiente por ser muito objetivo e divertido. O Kharis feito por Lee é um anjo da morte, e todos que cruzam o seu caminho invariavelmente morrem. É uma criatura incontrolável, que ainda sente a sua devoção pela princesa Ananka. Destaque para a maquiagem de Lee, que o deixa mais assustador por conta dos seus quases dois metros de altura, e do seu olhar penetrante.

A versão de Sommers/Fraser – uma boa reciclagem!

Bom, após sessenta e sete anos desde a primeira aparição da Múmia, o diretor e roteirista Stephen Sommers (que tentou dar uma nova vida aos monstros da Universal com Van Helsing – O Caçador de Monstros – que é melhor não ser comentado) decidiu fazer um fazer um remake. O plot de Imhotep (Arnold Vosloo, que trabalhou com Sommers em G.I. Joe) é muito semelhante ao filme original, mas há sérias mudanças.

É perceptível que esse filme pega mais elementos do que apenas o filme de Karloff; há algumas referências ao filme da Hammer. A maldição em que se deve matar os arqueólogos que descobriram o túmulo, até um pouco do visual que lembra um pouco o de Lee – que se dá um cuidado maior para os olhos.

Outro ponto importante do filme de 99 é como o visual da múmia é diferente do que se tinha até o momento. Ao invés de ser um monstro enfaixado com uma movimentação estranha, é um ser que está em decomposição e que vai se regenerando aos poucos; e podemos ver os seus órgãos e músculos deformados. Sommers também aumenta consideravelmente os seus poderes, sendo que seu Imhotep além de ser muito forte, é capaz de se transformar em areia e controlar outras múmias.

a múmia

Essa turminha do barulho enfrentou A Múmia altas vezes na Sessão da Tarde.

Até hoje, esse primeiro filme funciona muito bem, e, pra quem gosta de filmes de terror clássicos, há elementos na direção de Sommers que são muito eficientes, que vão desde o jogo de luz e sombra, até a movimentação de câmera.

Pena que esse classicismo ser perdeu nos outros filmes da franquia, que foram se tornando mais modernos com câmera na mão, com uma dependência cada vez mais pesada de efeitos especiais, aceleração de frame rate e câmera lenta. Se em O Retorno da Múmia esses elementos já incomodam, já no horrendo Múmia – Tumba do Imperador Dragão isso perde o controle, acabando com uma franquia que estava razoável.

Agora temos uma nova múmia, interpretada pela dançarina Sofia Boutella (Kingsman, Star Trek: Sem Fronteiras), em um filme estrelado pelo astro Tom Cruise. Quais serão as novidades que essa múmia trará? Será respeitosa ao mesmo tempo em que inova, como foi o filme de Sommers?

Só pagando vendo pra ver, pois A Múmia é um monstro que tem uma história que merece ser respeitada. E se assim não o for nesse novo filme de Cruise, será almadiçoado pelos antigos deuses!

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