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Anima Mundi 2017 – As melhores animações desta edição!

Os melhores curtas de animação do Anima Mundi 2017

Desde que surgiu, em 1993, o Festival Internacional de Animação do Brasil, mais conhecido como Anima Mundi, vem encantando o povo brasileiro com a sua programação que privilegia diferentes estilos e técnicas de animação, além de produções de todos os lugares do Mundo. Mantendo-se fiel à rica tradição, o Anima Mundi 2017 – que no Rio de Janeiro já começou e termina neste fim de semana, dia 23/07. Em São Paulo, acontece entre os dias 26 e 30/07 – também está repleto de curtas que merecem ser conferidos. Numa sessão organizada para a imprensa, o Formiga Elétrica conferiu 12 títulos. Destes, separamos para o leitor os cinco melhores. Mas, se puderem, recomendamos que deem uma olhada em todos. É uma ótima oportunidade para se divertir, emocionar e refletir. Não percam tempo!

Confiram os destaques do Anima Mundi 2017:

 

Cinco curtas imperdíveis do Anima Mundi 2017

Sub-Humano

5 – Sub-humano (Less Then Human, Dinamarca), de Steffen Bang Lindholm

Realizado através de animação digital, Sub-humano se passa num futuro pós-apocalíptico em que mortos-vivos foram curados pela ciência, mas mantiveram as marcas corporais de suas mortes. Com uma narrativa centrada na entrevista conduzida por um jornalista e concedida por dois zumbis, o curta é uma homenagem indireta aos filmes de George Romero (leiam a lista que fizemos das obras essenciais do diretor) e uma crítica bem-humorada às políticas nacionais de Donald Trump. Steffen Bang Lindholm, o diretor, parece desejar fazer a seguinte afirmação: antes de construirmos muros que nos separam, busquemos conhecer melhor as pessoas que estão do lado de lá.

 

Cinco curtas imperdíveis do Anima Mundi 2017

Sob o Véu da Vida Oceânica

4 – Sob o Véu da Vida Oceânica (Idem, Brasil), de Quico Meirelles

Quando o assunto é animação, o Brasil não fica atrás de muitos países. Portanto, era óbvio que, no Anima Mundi deste ano, alguma produção nacional se sobressairia. Sendo assim, o destaque fica por conta de Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles. Tecnicamente, não há muitas coisas a serem ditas. A animação e o visual empregados são apenas corretos. Mas, no roteiro, o filme brilha. Contando a história de um animal marinho que vive somente seis minutos, o curta, além de ser extremamente divertido, propõe uma reflexão agridoce sobre a nossa própria vida. Afinal de contas, se um animal com uma expectativa de vida curtíssima consegue viver as mesmas coisas que nós, é porque alguma coisa está errada na maneira com que conduzimos a nossa existência.

 

Cinco curtas imperdíveis do Anima Mundi 2017

Pai e Filha

3 – Pai e Filha (Father and Daughter, Holanda), de Michael Dudok de Wit

Quem escreve e dirige Pai e Filha é o holandês Michael Dudok de Wit. Precisa dizer mais alguma coisa? Neste curta dirigido em 2000 e vencedor do Oscar na categoria, o responsável pela obra-prima A Tartaruga Vermelhaatravés de traços delicados, movimentos minimalistas e trilha sonora emotiva, já aborda alguns dos temas que seriam aprofundados no longa de 2006. A história gira em torno de uma garota que, depois de ter visto o pai abandoná-la quando ainda era criança, passa a vida esperando pelo momento em que irá reencontrá-lo, se é que isso acontecerá. Melancólica, a resolução é emocionalmente devastadora.

 

Cinco curtas imperdíveis do Anima Mundi 2017

Espaço Negativo

2 – Espaço Negativo (Negative Space, França), de Ru Kuwahata e Max Porter

De todos os curtas presentes nesta lista, Espaço Negativo é o mais cinematográfico. Chama atenção a maneira com que os diretores Ru Kuwahata e Max Porter conseguiram representar a frieza existente no relacionamento entre o protagonista e seu pai através da atmosfera climática (está quase sempre nevando), a fotografia escura e os espaços cênicos vazios. Além disso, pensar que a única forma de comunicação encontrada por um pai e filho foi a obsessão compartilhada pela arrumação de malas de viagem gera uma tristeza incontornável, que ganha proporções muito maiores na estéril e chocante fala final da história. É de partir o coração.

 

Cinco curtas imperdíveis do Anima Mundi 2017

Vaysha, A Cega

1 – Vaysha, A Cega (Blind Vaysha, Canadá), de Theodore Ushev

Vaysha, A Cega narra o drama de uma garota que nasce com um olho verde e outro marrom. Um dos olhos enxerga o futuro, e outro, o passado. Então, por que o complemento “A Cega”? Simples: porque estar presa ao passado e o futuro é estar alienada do presente, portanto, cega para o único instante de tempo que é realmente concreto. Condenada a uma subjetividade completamente vazia de significado, pois é construída a partir de dados imaginários, Vaysha é uma personagem trágica em todos os sentidos. É preferível que crianças passem longe deste curta, e que os adultos não o percam de maneira alguma.

Ficou interessado? Caso deseje mais informações sobre o Anima Mundi 2017, acesse o site oficial do festival!

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