Em 2012 foi lançado o terror A Mulher de Preto, que trazia Daniel Radcliffe estrelando seu primeiro trabalho do gênero. O filme veio, teve lá sua repercussão, mas não chegou a empolgar. E se a experiência do primeiro foi apenas burocrática, e se escorou na fama do ex-bruxinho, com o segundo não foi diferente, ou melhor, foi sim; se antes tínhamos um filme que pelo menos construía um clima de tensão em algumas partes, e não dependia apenas de sustos fáceis, agora nada temos.
A história acontece durante a segunda guerra mundial, depois que a cidade de Londres foi bombardeada. Um grupo de crianças junto de suas professoras Eve (Phoebe Fox) e Jean (Helen McCrory) buscam refúgio na casa habitada pela personagem título. No caminho, Eve conhece Harry (Jeremy Irnvine) que a ajudará a deter o espírito maligno, que tem como objetivo fazer “justiça” pelos fatos ocorridos no passado.
Preguiçoso, buscando a obviedade em tudo; Esse é o roteiro escrito por Jon Croker. Desde o princípio do filme, não há um momento sequer, que não se tem pelo menos uma ideia do que está por vir. Por se tratar de uma continuação, sem ligação direta com a primeira trama, somos obrigados a ver a personagem principal percorrendo absolutamente todo o mesmo caminho de descobertas que Radcliff passou, o que é absolutamente incômodo pra quem já havia tido contato com seu predecessor. Estamos falando de um terror, certo? Geralmente, tal gênero segue uma espécie de fórmula, certo? Mas não é por isso que se deve relaxar. Tomemos como exemplo Deixe Ela Entrar (2008) e temos um filme de gênero, porém surpreendente.
Se na primeira película, Radcliffe tem uma atuação razoável, e nada mais do que isso, aqui Phoebe Fox surpreende e se mostra uma das poucas coisas boas presentes no filme. Uma mulher abalada pelo seu passado, mas que procura reconstruir-se interna e externamente. Uma atuação que se contrapõe totalmente a de Jeremy Irvine, que nos entrega um personagem sem graça e sem vida, a ponto de jamais termos o mínimo de preocupação e comoção com seu futuro e passado.
A absoluta incapacidade de Tom Harper de construir de um clima tenso por meio da própria câmera é preocupante. O diretor opta 95% do tempo por utilizar uma trilha sonora típica do gênero aliada a sustos fáceis, até que, no inicio do terceiro ato a coisa sai do controle a ponto do espectador simplesmente não se assustar mais por saber o que está por vir.
Tendo tudo isso em vista, A Mulher de Preto 2: Anjo da Morte é um filme que tem todo jeito de ter sido feito “nas coxas” e é uma obra que, num futuro não distante, jamais será lembrada.
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