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Uma retrospectiva dos quadrinhos clássicos de 30 anos atrás!

1987 gerou mais quadrinhos clássicos do que podemos contar

Estamos chegando no final do ano, e nada mais legal do que uma retrospectiva. Porém, como esse ano foi muito ruim (não só nos quadrinhos), falemos dos eventos de 30 anos atrás! “Ok, por que falar de eventos que aconteceram 30 anos atrás?“, você me questiona. Primeiro, não me questione. Segundo, porque 1987 foi um ano muito interessante no mundo das HQ’s, com vários quadrinhos clássicos. E porque nada de legal aconteceu à 20 ou 10 anos atrás. E pare de questionar minhas decisões.

Byrne e Miller desfilando na DC

Em 1986, a DC terminou seu crossover épico Crise nas Infinitas Terras, que culminou na renovação de diversos personagens, incluindo (ou melhor, principalmente) o Superman. Contudo, não seria até 1987 que o Kriptoniano receberia de volta sua revista, escrita e desenhada pelo lendário John Byrne, uma fase que é considerada por muitos (eu incluso) a melhor fase do Homem de Aço.

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O Super retorna às origens com uma mãozinha de John Byrne!

É importante ressaltar que muitas das características que hoje você acha ser o “padrão” do Superman foram estabelecidas nessa fase. Veja bem, antes da Crise, o Super tinha inúmeros poderes, que iam desde de telepatia, magnetismo – ou sei lá qual era o poder da semana (cada edição tinha um poder diferente). Byrne estabeleceu o “pack básico”: super-força, voo, visão de raio X, de calor, e super-velocidade.

Ainda na DC, tivemos o excelente Batman: Ano Um, de Frank MillerDavid Mazzucchelli (assim como o não tão memorável Batman: Ano Dois, de Mike W. Barr), e tivemos a reformulação da Mulher-Maravilha, por George Pérez, ambos com a mesma função que teve a fase do Byrne citada acima – uma reformulação da origem e da personalidade dos heróis. E, assim como no caso do Azulão, muitas das coisas que você hoje sabe sobre esses heróis tem sua origem nessas fases. E também tivemos o surgimento da Liga da Justiça Internacional, mas acho que ela não é tão marcante assim…

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Mulher-Maravilha, por George Pérez!

E na casa ao lado…

Se do lado da DC os personagens estavam retornando a suas origens, do lado da Marvel as coisas estavam meio que mudando até demais. Na eterna tentativa de repetir o sucesso do casamento do Sr. Fantástico e da Mulher-Invisível ( e eles haviam casado o Bruce Banner e Betty Ross no ano anterior), casaram Peter Parker e Mary Jane Watson – esse evento, por exemplo, mereceria um artigo só dele.

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Quem não se lembra dessa imagem clássica?

Não porque a história é boa, mas porque – como outras coisas nessa época da Marvel – os eventos que levaram ao casamento são estranhos e até mesmo estúpidos. Nas páginas de sua própria revista, temos Johnny Storm e Alicia Masters casando (que não era realmente Alicia, mas sim uma Skrull chamada Lyja… outra longa história ruim). E, apesar do casamento do Tocha ter sido um fracasso (e durou 4 anos), o casamento do Homem-Aranha ainda é um marco – apesar de não existir mais, depois de Mephisto, possuindo o então editor-chefe Joe Quesada, usar a carta Deus Ex Machina da magia e apagar tudo.

Mas nem tudo era (tão) ruim na Marvel. Seguindo o sucesso das histórias mais sombrias do Batman e do Demolidor, o Homem-Aranha foi vítima de uma história no estilo que hoje chamamos de “grim ‘n’ gritty“, histórias sombrias e pesadas… contudo, o resultado é uma boa história: A Última Caçada de Kraven. Que não realmente foi a última caçada de Kraven, porque ninguém morre nos quadrinhos, mas isso é detalhe.

Fora das grandes também tinha

E, por fim, tivemos o lançamento de Violent Cases, graphic novel de Neil Gaiman e Dave McKean. Já falei que o Gaiman é um dos meus autores favoritos? E essa é umas das minhas OGN favoritas (junto “A Morte do Capitão Marvel“). Aliás, cabe salientar que um dos meus mangás favoritos, Jojo no Kimyou na Bouken (algo como “A Bizarra Aventura de Jojo“) foi lançada neste mesmo ano.

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Gaiman e McKean iam aquecendo a parceria de Sandman!

Vamos parar por aqui, pois se não, a conversa se alongará demais. No entanto, é interessante ressaltar como um ano pode ser tão influente (eu diria nos quadrinhos, mas, como eu falei, essas histórias transcenderam suas mídias originais, e hoje são parte do inconsciente coletivo). Desde a reformulação da Trindade, até os eventos que moldaram o Homem-Aranha hoje. Tudo isso, a trinta anos atrás. O que será que será lembrado de 2017, em 2047? Sr. Milagre, de Tom King eu espero…

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