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ALAN MOORE liderando a criação de um aplicativo para quadrinhos!

Via Bleeding Cool.

O mundo dos quadrinhos recebeu uma notícia grande hoje, embora já houvesse pistas nas redes sociais desde ontem. Alan Moore está participando, junto a um time de criadores, da criação e arrecadação de fundos para um aplicativo de quadrinhos digitais chamado Electricomics, que inicialmente trará quatro títulos originais, e o mais importante, será uma plataforma de acesso aberto para que criadores possam desenvolver quadrinhos digitais por sua conta.

Os parceiros no projeto incluem Leah Moore, que tem experiência tanto no meio digital quanto no impresso, e a empresa Orphans of The Storm, de Alan Moore e Mitch Jenkins, que produziu o curta Jimmy’s End, financiado via Kickstarter. O Ocasta Studios, desenvolvedor do aplicativo, fará sua primeira incursão no mundo dos quadrinhos, e conta com uma assessoria de peso, como a Dra. Allison Gazzard, do London Knowledge Lab, com um vasto currículo em pesquisa sobre mídias digitais. O escopo do projeto é ambicioso, pois não se limita apenas à publicação, mas dá acesso ao criador.

O que artistas e roteiristas devem esperar desta plataforma? O anúncio diz:

“Moore está expandindo os limites novamente com Electricomics, um aplicativo que é, ao mesmo tempo, quadrinhos e uma ferramenta de código aberto fácil de usar. Sendo grátis, o aplicativo tem um vasto potencial, não penas para profissionais da indústria, mas também para negócios, organizações de artes e, evidentemente, fãs de quadrinhos e criadores de toda parte.”

Alan Morre explica:

“Mais do que simplesmente transferir a narrativa de quadrinhos do papel para a tela, nossa  intenção é criar histórias expressamente desenvolvidas para testar os limites desta tecnologia sem precedentes. Para isso, estamos juntando equipes com os criadores mais inovadores na indústria, permitindo que entrem no processo técnico a fim de criar uma nova capacidade de contar histórias em quadrinhos.”

“Isso então será disponibilizado gratuitamente para todos os talentos emergentes  que, sem dúvida, estão aí fora, apenas esperando para ter acesso às ferramentas técnicas que possibilitarão criar os quadrinhos do futuro.”

Esta “Ferramenta livre” será, presumivelmente, testada por criadores publicando quatro histórias próprias, totalizando 32 páginas, através do aplicativo. Esses criadores e títulos incluem:

Big Nemo, ambientada em 1930, com Alan Moore revisitando o “herói mais porpular” de Winsor McCay.

Cabaret Amygdala, um “horror modernista” do escritor Peter Hogan, de Terra Obscura.

Red Horse, um quadrinho que aparecerá no aniversário do início da Primeira Guerra Mundial, de Garth Ennis (Preacher) e o artista dinamarquês  Peter Snejbjerg (World War X), que nos levará “de volta às trincheiras”.

Sway, uma “nova história de ficção científica com viagem no tempo” de Leah Moore e John Reppion (Sherlock Holmes – The Liverpool Demon, 2000 AD).

O projeto inteiro está classificado como “experimental” e seus objetivos são “explorar as possibilidades da mídia de quadrinhos, sem as amarras da indústria” sacudindo o meio editorial e as limitações de orçamento que tem levado um número crescente de criadores à publicação própria nos últimos anos.

O fato do Fundo para Artes estar envolvido, sugere que esta “experiência” é vista como valiosa para o estudo acadêmico e a codificação do futuro da mídia e tecnologia. Como objetivos oficiais, estão:

“Ver projetos que usam tecnologia digital para alcançar público e/ou desenvolver novos modelos de negócios para o setor de artes. Com um pesquisador, ou uma equipe dedicada como parte de uma colaboração de três vias, aprendendo com o projeto sendo capturado e disseminado para o mais amplo setor das artes.”

“Todo projeto precisa identificar uma questão particular ou um problema que possa ser testado. O mais importante é que essa questão precisa gerar conhecimento para outras organizações de artes, que eles possam aplicar em suas próprias estratégias digitais.”

Daqui, podemos intuir que a informação e as descobertas da experiência estarão de fato disponíveis para as instituições educacionais, ao invés de permanecerem privadas.

É um movimento altruísta que pode ser um salto para a criação de quadrinhos digitais, para aqueles que apenas trabalharam com impresso, e também trazer novos trabalhos para leitores de uma forma a inspirar outros a criarem os seus próprios. Parece, além disso, querer apresentar novos métodos e técnicas da narrativa de quadrinhos digitais.

Alan Moore diz:

“Pessoalmente, mal posso esperar. Com Electricomics esperamos concuzir as possibilidades das tiras de quadrinhos a uma nova e excitante mídia, de uma forma que nunca foi feita antes.”

Sem data anunciada para o lançamento, e ainda há a ênfase para o aspecto de “pesquisa”, que indica um projeto em estágio iniciais. De qualquer forma, é algo a ser esperado. Como essa “ferramenta técnica” será e como esses quadrinhos digitais inovadores serão? Começa a especulação.

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