Se você não começou a ler HQ’s ontem, já sabe quem é Alan Moore. Pois bem, o barbudão anunciou que já tem programada sua aposentadoria dos quadrinhos. Segundo matéria no The Guardian, na coletiva de imprensa em Londres, para promover seu último livro, Jerusalem, ele declarou que ainda restam para ele apenas “cerca de 250 páginas de quadrinhos.”
“E, provavelmente, essas serão muito divertidas. Existe um par de volumes para a Avatar, na qual estou trabalhando neste momento, parte de um trabalho de H.P. Lovecraft que tenho desenvolvido recentemente. Eu e Kevin (O’Neill) vamos terminar Cinema Purgatorio e ainda temos mais um álbum, o último da Liga Extraordinária, para completar. Depois disso, apesar de eu poder fazer algumas HQ’s pequenas em algum momento futuro, estou mais do que satisfeito em relação a isso.”
“Acho que já fiz o bastante nos quadrinhos. Fiz tudo o que podia. Acho que se continuasse a trabalhar com isso, inevitavelmente, as ideias iriam sofrer, inevitavelmente você começaria a me ver passando de novo pelos velhos caminhos e acho que você e eu, provavelmente, merecemos algo melhor do que isso.”
Mas qual é o próximo passo de Alan Moore? Que ele despreza as adaptações de quadrinhos, todo mundo sabe, mas aqui menciona os filmes como um terreno a ser explorado:
“Então, as coisas que me interessam neste momento são as coisas que eu não sei se consigo fazer, como filmes, onde não tenho a menor ideia do que estou fazendo, ou obras literárias gigantes. Coisas que nem tenho certeza se terei energia para terminar… Eu sei que sou capaz de fazer qualquer coisa que qualquer um é capaz de fazer na mídia de quadrinhos. Não preciso provar nada para mim ou para qualquer outra pessoa. Por isso, esses outros campos são tão excitantes para mim. Eu sempre vou reverenciar os quadrinhos como uma mídia. É uma mídia maravilhosa.”
Sobrou para o Batman nesta conversa!
Mas ele não perderia a oportunidade de criticar o cenário atual…
“Tenho certeza de que existe uma razão muito boa para centenas de milhares de adultos se reunirem para ver as últimas aventuras do Batman, mas eu sou um pouco sombrio em relação a isso.”
“Os filmes de super-heróis – personagens inventados por Jack Kirby na década de 1960, ou antes – Eu tenho um grande amor por esses personagens pelo que eles eram para mim quando eu era um garoto de 13 anos. Eles eram personagens brilhantemente concebidos. Mas isso foi há 50 anos. Eu acho que esse século precisa, merece, sua própria cultura. merece artistas que estejam realmente tentando dizer coisas relevantes para esses tempos em que vivemos de verdade. Essa é uma forma prolixa de eu dizer que estou muito, muito enjoado de Batman.”
Assim se escreve mais um capítulo da história dos quadrinhos. De qualquer forma, continuaremos de olho no trabalho de Alan Moore.
