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Star Wars Battlefront II – Paz nas estrelas, por favor!

Star Wars Battlefront II ainda divide opiniões

A história de uma das mais poderosas franquias mundiais mostra que Star Wars é capaz de contradizer nossas amadas vovós, e nos fazer pagar até por uma injeção na testa com um sorriso no rosto. Esse potencial obviamente foi explorado nos games, quando eles ainda tinha praticamente saído das fraldas. Desde então, poucos títulos se firmaram tanto como os preferidos dos fãs, quanto os da série Star Wars Battlefront (tiro em primeira e terceira pessoa).

Star Wars Battlefront

O primeiro foi lançado em 2004, e sucedido por Battlefront II em 2005, e ambos traziam cenários míticos dos filmes, liberdade de escolha de tropas, droids, jedi e sith, além de uma variedade imensa de armas e veículos. Enfim, diversão inebriante.

Em 2015, a Eletronic Arts apostou nessa grife, e nos trouxe o homônimo Battlefront, acompanhado de todo poder gráfico mais atual, assim como o já conhecido pacote de fan services que Star Wars exige. Ainda que divertido e exuberante, esse pacote veio com um furo, e muita coisa ficou pelo caminho. Alguns personagens clássicos não vieram – assim como mapas; não havia como escolher os servidores para entrar, e muito mais. Os DLCs e updates que vieram não deram conta de salvar o entusiasmo com o jogo.

Eis que Star Wars Battlefront II foi anunciado para novembro desse ano, prometendo superar seu predecessor e trazer mais mapas; um sistema de classes para as tropas, mais heróis (personagens da saga usados como avatares super poderosos nas partidas, sejam eles protagonistas ou antagonistas); melhorias na jogabilidade das naves, e muitas outras correções essenciais.

A notícia fez com que os fãs apostassem forte que o game seria tão bom quanto o longínquo homônimo de 12 anos atrás, e dessem uma nova chance para a EA. O lançamento se deu em 17 de novembro, e com ele toda sorte de expectativas que esse universo carrega. Se elas foram cumpridas, a resposta ainda não é unanimidade.

Nenhum FPS é igual ao outro. A série Star Wars Battlefront da EA tem personalidade e características bem peculiares. Para começarmos a entender o que esse segundo jogo representa, nada melhor do que enumerar os modos principais de combates dando exemplos também da jogabilidade e mecânicas presentes.

Modo Campanha

Esse esteve ausente no primeiro Star Wars Battlefront, e isso foi muito sentido. A EA traz agora um modo campanha com duração em média de 4 a 5 horas, onde o jogador se põe na pele da jovem Iden Versio, comandante do Esquadrão Inferno do Império, que presencia a queda deste nos acontecimentos finais do Episódio VI. A protagonista e seus comandados seguem adiante na história, combatendo os rebeldes em missões que combinam o FPS com pitadas de stealth.

Há uma mistura interessante de personagens clássicos em cenários das prequels e da nova trilogia, mistura que parece ser uma assinatura de Star Wars Battlefront II, respeitando o contexto histórico vez sim, vez não. Iden Versio segue a nova proposta de trazer protagonistas femininas, dessa vez nos games, e faz jus a Rey e Jyn Erso. Ela está disponível como uma das heroínas para se usar no modo multiplayer.

Arcade

O arcade é uma boa pedida para começar a conhecer o jogo e seu funcionamento, se preparar para o Multiplayer e até mesmo descansar deste. Se divide em três:

  • Tutorial – Vamos aproveitá-lo também como nosso guia para a mecânica básica do jogo. Curto e muito instrutivo, é ambientado na base Starkiller, e ajuda o jogador a se situar no sistema de pontuação e nas classes disponíveis. A novidade é que sempre se começa com 4 classes básicas, que seriam os troopers de assalto, troopers pesados, oficiais e especialistas, e dá para conhecer as armas e habilidades destes.

Neste caso, “habilidades” não é um termo genérico, e sim um conjunto de 3 itens e/ou poderes especiais presentes em todos avatares, que podem ser acionados nas partidas e depois recarregados; como uma granada, um impulso por foguete, empurrão da força, lançamento de sabre de luz, e muitos outros. À medida que se ganham pontos, as classes especiais ficam disponíveis.

Nelas, os soldados que se escolhe são mais avançados e com mais recursos, como um flametrooper, um super battle droid, um dark trooper, um wookie, e por aí vai. Pra finalizar, Kylo Ren está disponível para ser testado, e assim como todos os outros heróis, só é liberado depois de se alcançar uma pontuação bem maior na partida.

  • Custom Arcade – Em termos simples, um modo de batalha em campo aberto com bots. Acesso livre as classes e heróis designados a cada cenário, personalização da quantidade de tempo de cada partida, da quantidade das suas tropas e dos bots rivais; limite de pontos e por aí vai.

Bom modo offline, até o momento te limita a jogar em Tatooine, Yavin 4, Kamino, Naboo, Base Starkiller, e Takodana.

  • Battle Scenarios – Um modo praticamente protagonizado só por heróis e algumas das classes especiais. O jogador escolhe entre Light Side e Dark Side, sendo que cada um deles tem personagens e objetivos condizentes. Há uma lista de missões, onde cada uma tem 3 níveis de dificuldade, e liberam créditos para as compras dentro do jogo, os mesmos que se vai ganhando no multiplayer.

Star Wars Battlefront

Multiplayer

Sabendo como o jogo funciona, é possível se aventurar online. O modo de escolha dos servidores, tão popularizado em Battlefield e Counter-Strike, não chegou, então o jogador é levado onde a partida está acontecendo. Eis as opções:

  • Galatic Assault – O modo mais abrangente, compreendendo no máximo 40 jogadores divididos em duas facções no cenário. Os dois lados cumprem objetivos específicos mas bem genéricos, que não atrapalham a dinâmica de combate principal de um FPS.Pode-se selecionar também, além das classes especiais e heróis, veículos terrestres e naves para se misturar na ação.
  • Starfighter Assault – Literalmente a guerra nas estrelas, esse combate só com naves foi bastante popular nos antigos Battlefronts de 2004 e 2005, e chegou prometendo melhorias na jogabilidade em relação ao jogo de 2015. Transita por cenários no espaço, ou na atmosfera de planetas conhecidos dos filmes.
  • Heroes vs Villains – Se você, assim como este humilde crítico, não é um jogador muito habilidoso e quase nunca consegue a pontuação necessária para liberar um herói na partida online, afogue suas mágoas aqui. Heróis e vilões icônicos – ou melhor, obrigatórios – se enfrentam numa chuva de tiros e choques de sabres de luz. Boa escolha para pontuar bem e avançar nos levels.
  • Strike – Dois times de até 8 jogadores cada batalham em cenários com objetivos pontuais.
  • Blast – O bom feijão com arroz, o clássico team deathmatch que você respeita. Duas equipes de até 10 jogadores cada, sem enrolação, sem missão, só tiro, porrada e bomba.
Recepção e polêmicas

Star Wars Battlefront II tem um predecessor de peso, pois o homônimo de 2005 marcou gerações. O hype criado pelas promessas de melhorias, mais modos de jogo, mais mapas e mais personagens, foi mantido com um positivo período de testes, ao qual tiveram acesso os jogadores que comparam o título antecipadamente.

Porém, os tempos são outros – a relação comercial dos jogos com seus players mudou, e estes agora não são só consumidores; críticos em potencial com boa disponibilidade de ouvintes em uma infinidade de redes sociais.

No lançamento, houve relatos de alguns percalços, como travamentos nos downloads, drivers desatualizados em placas de vídeo, problemas de conexão com servidores, salas vazias, bugs. Nada que tutoriais no YouTube e fóruns da internet não pudessem dar conta, mas já era claro que o jogo não nasceu 100% perfeito, e que a Eletronic Arts precisaria de maior agilidade nas correções.

O olho do furacão, porém, se deu dias antes, e colocou a empresa no papel de apaziguadora dos ânimos. A polêmica em questão é das microtransações, onde seria possível adquirir com dinheiro real um aporte superior da moeda virtual do game, se comparado à conquista das mesmas por pontuação nas partidas. Em resumo, isso faria com que o pagante liberasse mais coisas e bem antes de quem joga na raça.

Star Wars Battlefront

Essa mentalidade, muito presente nos jogos free-to-play foi suspensa para análise pela EA devido às toneladas de reclamações. Não foi o suficiente para evitar que o Estado do Havaí iniciasse uma investigação por práticas predatórias, alegando que o jogo nada mais era do que um caça-níquel disfarçado. Toda essa repercussão fez com que as ações da empresa caíssem 3,1 bilhões de dólares.

Eis o preço de se lidar com um produto tão grandioso como Star Wars.

Considerações Finais

Temos que considerar que a evolução dos games hoje nos trouxe a possibilidade dos desenvolvedores corrigirem e aprimorarem seus produtos, conseguindo entregar rapidamente essas melhorias de forma virtual com patches, updates, ou seja lá o que for.

A Eletronic Arts tem dado atenção às queixas, e muitos dos problemas já foram sanados. A primeira atualização de conteúdo já está chegando e trata-se de um pacote temático do filme Os Últimos Jedi. Isso nos dá uma ideia do que pode surgir daqui pra frente. Longe desse turbilhão todo, a política de recompensas dentro do jogo tem sido satisfatória.

Mesmo não sendo um jogador de alto nível, é possível obter boas recompensas e aprimoramentos das classes, além de heróis por meio das Loot Crates (caixas com prêmios). Se formos nos afastar ainda mais dessas questões polêmicas, o jogo está graficamente impecável, trouxe boas opções offline, o que acrescentou muita coisa. Posso apostar que até mesmo quem reclama com assiduidade do game têm conseguido se divertir.

Vamos esperar que os desenvolvedores acertem nas atualizações e que os DLCs que virão sejam empolgantes. Joguem Star Wars Battlefront e sejam felizes!

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