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Tempestade: Planeta em Fúria – O espectador também…

Tempestade: Planeta em Fúria não é um filme-catástrofe, mas um filme catastrófico!

O filme-catástrofe é popular em Hollywood desde a década de 1970. Seja com algum problema ambiental grave ou até mesmo invasão de monstros ou alienígenas, é o tipo de obra cujo único objetivo é divertir a plateia com o nível da destruição (como Terremoto, com The Rock). Agora, Tempestade: Planeta em Fúria (Geostorm) nem consegue fazer nem com que o publico se entretenha com a quebradeira na tela, pois é um filme idiota de conspiração que se disfarça na catástrofe. Claro que não se sai muito bem em nenhuma das duas vertentes.

Crítica de Tempestade: Planeta em Fúria

Tempestade: Planeta em Fúria

Ambientado em 2023, após o aquecimento global criar eventos naturais que quase destruíram o planeta e a humanidade, existe uma estação espacial com vários satélites que controlam o clima do planeta, chamada Dutch Boy. Um dia, descobrem que houve um problema com um dos satélites, provocando uma nevasca em uma vila do Afeganistão, matando a todos na região. O presidente dos Estados Unidos (Andy Garcia) encarrega Max Lawson (Jim Sturgess), Secretário de Defesa, de descobrir o que está acontecendo. Max decide mandar para a estação o seu irmão rebelde, Jake (Gerard Butler), o engenheiro que criou a Dutch Boy antes de perdê-la para o governo. Brigados, os irmãos se unem para evitar que ocorra uma “geotempestade” que acabará com o planeta.

Se a sinopse parece boba e sem profundidade, veja bem, caro leitor… na prática é muito pior. Os personagens são péssimos e mal construídos, os diálogos são risíveis e os relacionamentos entre os personagens são patéticos. Principalmente entre os irmãos, que o roteiro – assinado pelo diretor Dean Devlin e Paul Guyot – insiste em lembrar a cada cinco minutos o parentesco entre eles. Não só com Jake e Max, mas com outros que falam mais de uma vez quem são seus familiares e seu trabalho, já que o roteiro é tão incompetente que nem consegue construir o básico.

Crítica de Tempestade: Planeta em Fúria

Outro problema sério neste texto é a falta de motivação dos personagens, que não conseguem criar o mínimo de empatia com o público. Os próprios “vilões” da trama tem motivos tão idiotas que é mais fácil rir do que realmente achá-los ameaçadores.

Quando nem a técnica salva

Ok, em um filme como esse não se espera um roteiro incrível (só que faça o básico), mas – pelo menos – que tenha uma boa parte técnica, que até os filmes mais fuleiros de Rolland Emmerich entregam. Nem isso é entregue de forma satisfatória em Tempestade: Planeta em Fúria.

Nesse quesito, a produção também é amadora, com efeitos especiais precários e um desenho de som que só é alto, sem qualquer tipo de inteligência em sua construção. Nem o 3D funciona direito. Como o diretor Dean Devlin – que não por acaso foi roteirista e produtor de vários filmes de Emmerich – utiliza uma pequena profundidade de campo, acaba inutilizando o efeito do 3D. Esse filme foi mostrado para imprensa em uma sala IMAX 3D e em momento algum houve alguma sensação a mais que não fosse de sono.

Se não bastasse a má qualidade dos efeitos, a direção de arte também é muito pobre, principalmente pela arquitetura da estação espacial. Coroando o conjunto, uma péssima direção de fotografia serve apenas para enfear os atores e deixar o filme cheio de flares, aquele truque que J.J. Abrams utiliza, com uma luz batendo diretamente na lente da câmera.

Crítica de Tempestade: Planeta em Fúria

Claro que tudo isso se deve à péssima direção de Devlin, que não consegue criar ou dar alguma emoção. Tudo é muito jogado e nada é bem construído. Sua falta de habilidade na direção de atores também é evidente. Gerard Butler já mostrou ser um ator carismático, mas só faz caras e bocas e parece estar ficando mais torto que o Sylvester Stallone. Enquanto isso, Jim Sturgess só se mostra apático, sem conferir qualquer sentimento ao seu personagem. Andy Garcia está no piloto automático, usando o mesmo tom de voz durante todo o filme. Os atores mais respeitados, como Ed Harris e Abbie Cornish, se mostram muito caricatos e percebemos que é por culpa do roteiro, escrito em papel higiênico, e da inépcia da direção.

Já deu, não? Sem mais a dizer sobre dessa desgraça chamada Tempestade: Planeta em Fúria. Michael Bay faria melhor que isso…

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