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LEGO Batman: O Filme – Uma bela e divertida homenagem ao Morcego!

LEGO Batman: O Filme usa o universo do personagem a seu favor

Não é segredo que o Batman é um dos personagens mais fortes da DC e um dos heróis mais conhecidos do mundo. Existem várias versões do homem-morcego, tanto nos quadrinhos quanto no audiovisual, desde os seriados cinematográficos da década de 1940, passando pela série com Adam West, até a nova versão sombria feita por Zack Snyder e Ben Affleck. Isso gera uma pergunta sobre esse LEGO Batman: O Filme (The LEGO Batman Movie): o que ele adiciona ao universo do Cavaleiro de Gotham? Não dá para dizer que ele adiciona alguma coisa que já não tenha sido explorada, mas demonstra um grande respeito pela trajetória do herói. E faz o mais importante, que é divertir. É uma comédia excepcional.

(Já que o assunto é animação com o Cruzado de Capa, confira também a crítica de Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica)

Lego Batman: O Filme

LEGO Batman: O Filme

Em LEGO Batman, nosso protagonista (Will Arnett) é reconhecido como o grande herói de Gotham City. Quando o comissário Gordon (Hector Elizondo) decide se aposentar, deixa a sua filha Barbara (Rosario Dawson) em seu lugar. A nova comissária tem suas próprias ideias sobre “trabalho em equipe”, diferente de Batman, que acredita poder fazer tudo sozinho. Além da nova comissária, o Morcego precisa cuidar do seu filho adotivo, Dick Grayson (Michael Cera) e impedir que o Coringa (Zack Galifianakis) complete o seu terrível plano, provando ao herói que ele é o seu pior inimigo.

A história parece um pouco exagerada. Não vou mentir: ela é! Em certo ponto, o próprio filme desiste de criar algo verossímil, mas como ele se propõe a isso desde o começo da projeção, só adiciona à experiência. Aliás, o roteiro é muito bem amarrado. Assinado por cinco roteiristas – entre eles Seth Grahame-Smith (Abraham Lincoln – O Caçador de Vampiros), que fez o argumento – LEGO Batman mostra um texto que mistura muito bem humor, ação e drama. Por mais absurda que a trama aparenta ser (e é!), ela respeita todas as versões que o herói já teve em mídias audiovisuais e usa isso a seu favor para criar sua versão.

Lego Batman: O Filme

Mesmo parecendo que essa nova encarnação é mais rasa, o grande conflito do personagem é muito coerente com o Batman que conhecemos. Ele tem medo de construir uma família por conta de haver perdido a sua. Os fãs mais antigos do herói sabem que isso faz sentido, já que Bruce Wayne é profundamente traumatizado pela morte dos pais. Mas como estamos falando de um filme que o foco é o público infantil, decidiram não dar tal profundidade ao personagem para não se tornar pesado para o seu público-alvo. Mas faz diferença não ter essas camadas? Não, se você realmente embarcar na proposta da animação. O mesmo que foi dito do Batman se aplica aos outros personagens clássicos do universo do Morcego: uma síntese do grande conflito de cada personagem.

Santa cacetada, Batman!

Além de o texto ter essa inteligência com os personagens, ele é muito ágil. Não há pausas durante o filme, tudo é bem construído e desenvolvido com cuidado. E as piadas são sensacionais, não só por serem pontuais, mas principalmente por não perder a oportunidade de mandar citações, que vão desde piadas aos filmes do Batman feitos por Tim Burton – em 1989 e 92 – até a versão recente de Esquadrão Suicida nos cinemas. Talvez o único problema do roteiro é que, em certos momentos, ele exagera nas piadas, que vêm uma atrás da outra, o que acaba anestesiando e até cansando o espectador.

Lego Batman: O Filme

A animação é muito bem feita, pois contém uma lógica para cada personagem e a do Coringa é a mais impressionante. Além dos movimentos rápidos, o personagem se desmonta (literalmente) várias vezes, o que faz sentido com a sanidade do personagem. Também há o cuidado com as próprias expressões, que são muito reais.Preste atenção à cena em que o Coringa quase chora. O filme também é inventivo nas cenas de ação e cria um visual muito fiel à tradição do Batman: sombrio como os filmes de Burton e Nolan, mas contém cores fortes e berrantes como a série feita por Adam West e as duas aberrações dirigidas por Joel Schumacher.

Outro ponto que deve ser elogiado é a dublagem brasileira. Para a imprensa, não foi exibida a versão original, mas a dublada em português. O elenco de vozes se mostra bem escolhido e a maioria já dublou outras animações da DC e os mesmos personagens. Além de terem um bom timing cômico, o texto adapta muito bem as piadas para o público brasileiro, utilizando jargões populares várias vezes. Até parece que são os dubladores brincando de LEGO.

LEGO Batman: O Filme se mostra uma excelente pedida. Não vai agradar apenas aos fãs do Batman, mas qualquer um a fim de uma boa diversão com muita risada. É um bat-filme, muito bat-bacana e que os bat-espectadores não vão se bat-arrepender de bat-assistir.

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