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Corpo e Alma – Uma competente história de amor!

O filme Corpo e Alma se mostra consistente, mas se perde um pouco no caminho

Histórias de pessoas diferentes que têm seus destinos cruzados é um dos tipos mais utilizados desde sempre, não apenas no cinema. No entanto, o que importa é a forma como essa história é contada, como dizia o grande Roger Ebert. Finalista da Hungria* para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, dirigido pela veterana Ildikó Enyedi, o filme Corpo e Alma (Teströl és lélekröl) não traz nada necessariamente novo para o panorama, mas trata o tema de um jeito delicado e bem interessante.

*(Mesmo país que nos deu O Filho de Saul e White God)

Crítica do filme Corpo e Alma

Corpo e Alma

O longa se passa em um abatedouro e mostra o diretor de produção Endre (Géza Morcsányi), interessado pela novata Mária (Alexandra Bórbely), que chama a atenção por seu jeito peculiar. Após um roubo ocorrido na empresa, todos os funcionários são obrigados a fazer uma análise psicológica. E ambos ficam intrigados quando descobrem que tem praticamente o mesmo sonho na mesma noite: dois cervos juntos em um bosque. A curiosidade de ambos os faz pensar que o destino é ficarem juntos.

Primeiro ponto que se deve destacar é como esta narrativa é bem filmada. A diretora mostra um trabalho muito bem pensado na composição dos quadros, deixando os protagonistas quase sempre no canto da tela, salientando o quanto são solitários, isso utilizando as sombras de maneira inteligente. A cineasta mostra muita segurança na condução da trama.

Se a direção de Inyedi se destaca, não se pode dizer o mesmo do seu roteiro. É um texto que até se mostra coeso, mas tem o seguinte problema: a resolução é simples, justamente por ser uma história que não sustenta quase duas horas de filme. E é nesse ponto que a obra se perde na metade do segundo ato, porque coloca subtramas desnecessárias, deixando a principal esquemática demais. Entretanto, ele se reencontra quando decide realmente focar nos personagens principais, que provam ser muito ricos e interessantes.

Crítica do filme Corpo e Alma

Atuações Poderosas

O que chama atenção, além da profundidade dos protagonistas, é como ambos atores se saem bem em seus papeis. São atuações frias e calculadas, que demonstram uma grande química juntos. Géza Morcsányi constrói Endre como um homem comum, com coisas boas e ruins, mas que, no fundo, sofre por sua solidão. Já Alexandra Bórbely se mostra excelente como Mária. Claramente com uma espécie de autismo, a composição da moça em nada é caricata. Do jeito que ela olha ao que anda e toca nas coisas, vemos um trabalho muito forte da atriz. É um trabalho minucioso e delicado.

Mesmo sem nada de novo, ainda com alguma barricadas no meio, o filme Corpo e Alma é redondo e conciso. Com essas atuações acima da média, é um programa seguro que um saldo final positivo.

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