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Vingadores: A Era de Ultron – Entrega o que promete!

Vingadores: A Era de Ultron foi comentado no Formiga na Cabine e foi tema do FormigaCast!

Avenger: Age of Ultron poster

Vingadores: A Era de Ultron

Talvez um dos filmes mais aguardados do ano, Vingadores: A Era de Ultron veio com a promessa de “mais heróis, mais ação e mais nerdice”, e em nenhum desses quesitos decepciona.

Joss Whedon comanda novamente – e pela última vez – a união dos, assim chamados, Maiores Heróis da Terra e, como sempre, consegue deixar sua marca. Cada personagem tem seu momento e todos estão lá para desempenhar algum papel – qualidade que o diretor mostra possuir desde seu trabalho nos quadrinhos dos X-Men. Por mais que o filme pareça pequeno para tantos personagens, novos e antigos, não temos a sensação de presença gratuita. Salvo uma aparição ou outra de alguns rostos conhecidos que ficam jogados no meio da película, mas que ainda conseguem arrancar um ou outro sorriso.

Joss Whedon

Joss Whedon

O filme não deixa espaço para respirar. Quando deixa, é bom respirar bem fundo, pois as cenas de ação são longas, megalomaníacas e constantes. Felizmente, a decupagem das cenas é feita de maneira pensada e dinâmica, de modo que conseguimos entender o que acontece em tela, por mais grandioso que seja.

O ritmo lembra, e muito, as histórias de Brian Michael Bendis e alguns toques de “Supremos” do Mark Millar. Entretanto, as partes que mais empolgam são justamente as mais “simples”, sejam elas com ação mais contida ou em momentos sem nenhuma, como por exemplo, a cena em que todos tentam erguer o Mjölnir – martelo do Thor.  A ação grandiloquente é tanta que, conforme o filme vai passando, ficamos anestesiados e insensíveis às cenas seguintes, o que acaba até cansando aqueles que querem mais desenvolvimento de história.

Os Supremos de Mark Millar e Brian Hitch

Os Supremos de Mark Millar e Brian Hitch

Era de Ultron

Notam semelhança com a arte acima?

O ponto alto do longa-metragem é a relação entre os personagens. Cada um tem um trejeito específico e vê-los interagindo um com o outro é o que sustenta o roteiro que é, necessariamente, bem básico. Os atores estão muito à vontade em seus papéis e claramente se divertem durante a produção. Tirando Aaron Taylor-Johnson no papel de Pietro Maximoff, mais conhecido como Mercúrio, que com um sotaque forçado – inventado talvez? –, deixou um pouco a desejar.

Uma relação muito importante – não apenas para o filme, mas também, para os próximos da Marvel Studios – é a que acontece entre Steve Rogers (Chris Evans) e Tony Stark (Robert Downey Jr.). Os diálogos deixam claro as ideologias opostas de cada personagem, o que leva a conflitos interessantes dentro da equipe. E por mais que algumas dessas relações aconteçam do nada – como no caso da Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Bruce Banner (Mark Ruffalo) – elas acabam funcionando e dão um tempero a mais.

Era de Ultron

Quase, Capitão!

Já sobre o vilão, Ultron se mostrou eficaz. Não possui o mesmo carisma que Loki, mas se mostra uma ameaça terrena que tem os meios e motivos para querer derrotar os Vingadores. Sem falar na comodidade em poder utilizar, novamente, um exército pra enfrentar Tony Stark e cia – a única diferença é que agora são robôs e não alienígenas. James Spader fez um trabalho muito interessante, colocando nuances na voz de Ultron que o afastam do modelo clássico e frio das Inteligências Artificiais. O maior problema acontece quando essas gradações de personalidade geram alívios cômicos que não funcionam e fazem com que, em determinados momentos, Ultron seja mais um ”cara chato” do que algo com uma personalidade própria.

Era de Ultron

James Spader

Infelizmente, o material de divulgação foi uma das coisas que mais prejudicou o filme. Os trailers, comerciais e até mesmo os pôsteres entregam muita coisa, como por exemplo, o Visão. A forma como este personagem icônico é criado, talvez seja uma das coisas mais bacanas em termos de enredo do filme. Desde o começo, temos pistas que vão se acumulando ao longo da história até o momento em que ele finalmente aparece – inclusive soltando uma frase clássica de ficção-científica. A questão é que como já sabíamos da participação do personagem, desde o início já sacamos como ele vai surgir. Isso tira aquele gostinho de surpresa, impacto e fascínio que, pelo menos, os fãs dos quadrinhos teriam se o vissem pela primeira vez na sala de cinema ao invés do monitor.

Era de Ultron

Paul Bettany dá vida a um personagem clássico dos quadrinhos.

Vingadores: A Era de Ultron é mais fluido, grandioso, tem mais sacadas, tem mais ação e fecha mais um capítulo de uma história bem maior dentro do Universo Cinemático da Marvel. Tem seus tropeços aqui e ali, mas continua correndo em ritmo frenético e mostra que o Estúdio ainda tem bala na agulha para lidar com a responsabilidade que ele mesmo criou para si.

Obs.: Por que, desde Velocidade Máxima, os trens funcionam à todo vapor em uma linha em que as obras não foram finalizadas?

 

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