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UMA NOVA CHANCE PARA AMAR – Visão psicológica do amor (Estreia em 18/09)

Uma Nova Chance Para Amar

Nikki (Annette Bening) é uma mulher de meia idade e mãe de uma filha já adulta, tentando se refazer de uma grande tragédia ocorrida numa viagem ao México, onde  seu marido Garett (Ed Harris) afogou-se em uma das praias locais, quando completariam 30 anos de casados. Tentando retomar o que restou de sua vida, Nikki visita -anos depois – um dos lugares preferidos do marido, o Museu de Artes de Los Angeles, onde encontra um desconhecido, Tom, incrivelmente parecido com o falecido. A partir do episódio, ela passa a frequentar o museu todos os dias em busca deste sósia misterioso.

Curioso ver como o diretor Arie Posin (Más Companhias) presenteia – em um momento anterior – os cinéfilos mais ferrenhos e atentos aos detalhes, dando pistas sobre os próximos passos desta narrativa. Nossa protagonista trabalha decorando casas à venda, criando um ambiente para os visitantes do imóvel, emulando uma presença com objetos aconchegantes. Podemos ver em uma sala de jantar, dois objetos significativos – um quadro do filme Nostalghia  (Nostalgia) do diretor Andrei Tarkovsky, e outro de Vertigo (Um Corpo que Cai) de Alfred Hitchcock.

Uma Nova Chance para Amar

A escolha desses elementos, representando o estado emocional da personagem, é brilhante. O título do filme de Tarkovsky já explica tudo, evidenciando a saudade e a busca pelo que não mais existe, e Vertigo é uma história de um amor doentio que envolve sósias.

Annette Bening  – de Minha Mães e Meu Pai (2010) – está sensacional como Nikki, conseguindo passar a dor do luto e a frustração de enfrentar diariamente a realidade de uma perda irreparável de um amor que parecia para toda vida. Vivendo intensamente a ilusão das “troca de identidade” entre Garett e Tom, Nikki em alguns momentos parece vacilar entre a insanidade e o desespero. Vale observar as cores das  roupas dela durante o luto. Após conhecer Tom, os trajes saem dos tons escuros para outros mais alegres, trazendo um pouco de sol em meio à escuridão da depressão.

Uma Nova Chance Para Amar

Como curiosidade, temos Robin Williams, falecido em 11 de agosto deste ano, em um papel secundário, interpretando Roger. Também viúvo, ele acredita na possibilidade de conquistar o coração enlutado de Nikki.

Ao fim deste filme, veio-me a frase de um livro que li há muitos anos, mas nunca esqueci : “A felicidade é ideia de repetição” de A Insustentável Leveza do Ser do escritor Milan Kundera. Também é real o conceito do amor na psicologia, sobre nunca amarmos verdadeiramente o outro, mas a ideia que fazemos acerca dele.

Enfim, um filme tocante e reflexivo, embora modesto, o que neste caso, casou perfeitamente com o enredo.

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