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Star Wars: O Despertar da Força – Deu certo!

Este texto não entrega NADA sobre a história do filme! Leia sem medo!

Star Wars: O Despertar da Força foi comentado no Formiga na Cabine!

Star Wars: O Despertar da Força

Dependendo da sua idade, você se lembra de todo barulho em volta do Episódio I de Star Wars, em 1999, trazendo a franquia de volta dezessete anos depois de O Retorno de Jedi. Caso recorde-se bem deste evento, também sabe que foi uma decepção em vários níveis, menos o financeiro, o que não é consolo nenhum para o público. Completando esta trilogia em 2005, dirigindo e roteirizando os três filmes, George Lucas parecia interessado apenas nas inovações tecnológicas dos efeitos especiais, criando produtos esquecíveis e difíceis de justificar, mesmo para o fã mais ardoroso. Quando a Disney assumiu o controle da marca, foi natural imaginar que a coisa melhoraria sem ele por perto.

A contratação de J. J. Abrams como diretor foi outro alento, já que ele vinha da ressureição de Star Trek no cinema, que rendeu dois belos filmes sob seu comando. Também veio a bordo Lawrence Kasdan como roteirista, veterano da franquia, que escreveu O Império Contra-Ataca – o preferido dos fãs – e O Retorno de Jedi, episódios V e VI. Tudo pronto para mais um retorno, agora revelando a trajetória de Luke, Han e Leia em um sétimo episódio, o que inflou ainda mais a expectativa, mas desta vez a coisa funciona.

Star Wars: O Despertar da Força é um filme que aguenta o peso do nome. Não só por agradar quem perdeu o sono por ele durante todo esse ano, mas também por ser visível o esforço para entregar algo que entretém qualquer pessoa, desde que esteja à procura de uma aventura muito bem conduzida. Evitando entrar em detalhes reveladores demais (todo cuidado é pouco, acredite), algo que a própria campanha publicitária tem feito com sucesso, melhor nem arriscar uma sinopse, mas quem viu os trailers, cartazes ou algo assim, já sabe que temos dois novos protagonistas.

tar Wars: O Despertar da Força

Finn (John Boyega) e Rey (Daisy Ridley) têm carisma e funcionam muito bem em cena, um detalhe que faz toda a diferença entre importar-se ou não com algum personagem. Contrapondo duas personalidades distintas, ele trazendo mais alívio cômico, enquanto ela faz mais o estilo guerreira solitária, a coisa já começa bem na construção dos dois pilares de toda essa narrativa. O adversário destes relutantes heróis, Kylo Ren (Adam Driver), também ganhou uma caracterização bastante interessante, distanciando-se um pouco daquilo que se tornou o clichê vilanesco de Star Wars, mas sem destoar completamente deste universo. Simples na concepção visual, seu pano de fundo e motivações são um aditivo e tanto para seu apelo como personagem.

O sempre competente Oscar Isaac, como o piloto Poe Dameron, cumpre bem sua parte com um papel menor, mas que prepara o terreno para nosso reencontro com Han Solo (Harrison Ford), Leia (Carrie Fisher) e Luke (Mark Hamill). Sobre esses últimos, o único comentário é a certeza do sentimento que uma boa parte do público terá, como se reencontrasse velhos amigos que não vê há muito.

Como tudo isso não valeria nada se o filme se arrastasse por 135 minutos, cabe uma consideração sobre o ritmo. J. J. Abrams comanda o fluxo de acontecimentos de forma segura, sabendo quando deixar a plateia respirar. Comprova mais uma vez sua habilidade como diretor, pois entre esses descansos somos brindados com ótimas cenas de ação, onde a edição frenética não impede a clareza do que acontece em cena. As perseguições de naves – destaque para o primeiro vôo da Millennium Falcon – são um colírio e arrancam sorrisos, ajudadas por um 3D bem utilizado que faz diferença no filme.

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Em matéria de efeitos especiais, não há uma preocupação de infestar a tela com construtos digitais, como fazia George Lucas. Chris Corbould (007 Contra Spectre), mais uma vez, usa o recurso com sabedoria, trabalhando harmonicamente com o desenho de produção, que criou ambientes, acessórios e veículos que encaixam perfeitamente com  o que conhecemos dos episódios IV, V e VI. Esse trabalho conjunto faz de O Despertar da Força um show no quesito visual, complementado pela fotografia de Dan Mindel, velho conhecido do diretor.

Ressalvas? Sim, infelizmente. O roteiro que Kasdan escreveu com Abrams chega a emular muitas situações de filmes anteriores, tornando algumas sequências previsíveis. Além disso, existem certos atalhos que esta história toma, unicamente para colocar determinado personagem no caminho certo, o que acaba por sacrificar – de leve – a própria lógica interna estabelecida na mitologia. Nada muito grave, mas poderia ter sido trabalhado de outra forma, mesmo que aumentasse um pouco a duração. Como os personagens em si estão bem resolvidos, esperamos que o problema não persista nesta nova trilogia.

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Enfim, o ano termina bem, pelo menos para o cinemão dos blockbusters. Star Wars: O Despertar da Força é mais um acerto de J. J. Abrams, além de uma aventura acima da média, potencializada pela nostalgia que carrega. Vale ver mais de uma vez, comentar com os amigos – que também já tenham visto – e torcer para que o episódio VIII consiga ir um pouco além. Veremos se a Força continuará com a Disney.

Comentamos o filme com spoilers em nosso podcast, que já está no ar!

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