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DRÁCULA – A HISTÓRIA NUNCA CONTADA… e poderia ter permanecido assim! (Estreia em 23/10)

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Nessa onda atual de reinvenções de personagens famosos, que já inclui “Alice no país das maravilhas”, “Branca de neve e o Caçador”, “Malévola”, “Frankenstein – Entre anjos e demônios”, entre outros, chega mais um exemplar: Drácula – A História Nunca Contada (Dracula Untold). Na discussão sobre a validade dessa nova “mania”, este novo Drácula é um ponto a favor dos argumentos de quem torce o nariz para ela. Desnecessário e apático, não acrescenta nada de novo ao personagem e nem a seu mito, seu universo. E o pior, não respeita sua essência, aquilo que fez com que as pessoas amassem a história original. Esse é talvez o pior pecado que se pode cometer nessas reinvenções. Afinal, qual o sentido de se trazer de volta apenas o nome de um personagem famoso e não a sua alma, por assim dizer? Adoro a ideia de reapresentar algo bom e clássico para um novo público, expandir seu universo, descobrir novas facetas de uma ótima história. Aqui, infelizmente, não acontece nada disso, pois a preocupação está mais uma vez na ação e nos efeitos visuais, e não no roteiro e nos personagens.

A armadura é legal...

A armadura é legal…

Dirigido por Gary Shore, estreando no comando de um longa, com apenas mais um curta no currículo, chama atenção também o fato da dupla responsável pelo roteiro -Matt Sazama e Burk Sharpless- também ser estreante. O filme conta um pedaço da história de Vlad (Luke Evans), que foi entregue quando pequeno por seu pai aos inimigos turcos, junto com outras centenas de crianças, para se comprar a paz no reino. Criado para ser um soldado, ele torna-se um exímio e temível guerreiro, recebendo a alcunha de Vlad, o impalador. Porém, ele retorna para a Transilvânia para assumir sua posição de príncipe e governar em paz, mas isso não dura muito tempo, pois o rei dos turcos, Mehmed (Dominic Cooper), volta a pedir novas crianças para seu exército, incluindo o filho de Vlad com sua bela esposa Mirena (Sarah Gadon). Com um exército infinitamente menor, o príncipe da Transilvânia não tem a mínima chance contra os turcos e acaba pedindo ajuda para um ser das trevas (Charles Dance), um vampiro extremamente poderoso, recebendo assim poderes sobrenaturais e tornando-se o Drácula.

Para que já foi Tywin Lannister em GAME OF THRONES, isso é um retrocesso na carreira!

Para que já foi Tywin Lannister em GAME OF THRONES, isso é um retrocesso na carreira!

E que poderes ele recebe! Este Drácula é praticamente um super-herói, capaz de derrotar sozinho exércitos inteiros, controlar elementos da natureza, mover-se com extrema rapidez, e muito mais. Em meio a tantas demonstrações de poderes, cenas de ação e batalhas razoáveis (tecnicamente eficientes, mas nada que não tenhamos visto bastante nos últimos tempos), não sobra muito tempo pra se desenvolver os personagens ou o universo criado. Até mesmo o tom romântico e trágico do amor entre Drácula e Mirena, que poderia ser o cerne do filme, o gancho pra fazer-nos nos importar, já que os atores Luke Evans e Sarah Gadon tem beleza e talento suficientes para isso, é algo insípido e se perde numa história genérica e sem envolvimento.

Não poderia faltar o romance!

Não poderia faltar o romance!

Enfim, em meio a uma série de erros de lógica, personagens e narrativa sem muito apelo, ”Drácula – A história nunca contada” é a tentativa de transformar um dos mais famosos monstros da literatura e do cinema, um ser cheio de conflitos e contradições, charme e terror, em um herói de aventura. Se você está buscando um espetáculo visual e um passatempo sem compromisso, esse filme pode ser pra você, mas se você é fã de Drácula e de mitologia vampiresca, fique com o livro ou a versão do Francis Ford Coppola.

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