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Chucky homenageia fãs em filme esdrúxulo

Oficialmente, o mais recente exemplar da franquia Brinquedo Assassino chegou ao Brasil na última semana de fevereiro. A Maldição de Chucky (2013), no entanto, já havia sido conferido pela internet por boa parte dos milhares de fãs que o boneco bonzinho serial killer reuniu nos últimos 25 anos. O filme foi lançado diretamente em DVD, o que revoltou quem adoraria ver o velho e bom Chucky estripando e decepando mais uma leva de vítimas no cinema, mas basta um passar de olhos pela produção para se perceber que essa foi mesmo a melhor opção tomada pelos estúdios Universal.

Carinha meiga...

Carinha meiga…

O filme é dirigido por Dan Mancini, roteirista dos três primeiros episódios e diretor das comédias de humor negro A Noiva… e O Filho de Chucky. Ao contrário dos dois predecessores, Mancini tenta aqui retomar o terror juvenil original que tornou o assassino feito de plástico e borracha querido no mundo todo. O resultado é um filme que homenageia os fãs do boneco com uma série de referências às produções anteriores além da presença física do ator Brad Douriff (a marcante voz do vilão) e de sua bela filha Fiona Douriff.  A Maldição… arrisca resgatar situações até então ansiadas pelo público que sempre acompanhou cada capítulo lutando para encaixar coerência e verossimilhança nas desventuras do enredo, quase sempre sem sucesso. Mas não se engane, a falta de orçamento e a condução capenga de um diretor que parece ter perdido o carinho pelo personagem que ajudou a tornar célebre geraram um filme constrangedor.

Não há mais o tom misterioso e envolvente da obra original de 1988, nem as tiradas sarcásticas das sequências. A história é fruto do batido clichê “origem de tudo”, buscando criar um vínculo com o primeiro filme. A ideia até poderia gerar algo interessante, mas as maquiagens sofríveis, atuações constrangedoras e uma montagem de dar nó no cérebro criaram uma produção que poderia muito bem ser fruto de um trabalho de faculdade de cinema nos Estados Unidos. Repare nas mudanças faciais do boneco quando se movimenta. Qual a explicação para isso?

Mas convenhamos, Brinquedo Assassino nunca foi – nem nunca se prestou a ser – exemplo de qualidade técnica. A graça de Chucky está justamente aí, no trash consagrador de pares como Jason e Freddy Krugger. Sob esse aspecto, o atual exemplar não é se jogar fora, superando os dois episódios anteriores, que se afastaram demais do contexto original. A Maldição de Chucky é até divertido em alguns momentos, mas o desmazelo do diretor compromete até mesmo a homenagem proposta.  A cena pós-crédito poderia ser o tributo máximo aos fãs, mas acaba por ficar totalmente deslocada na trama. Teria muito mais efeito em um extra do DVD ou encaixada de numa outra forma do roteiro – talvez até substituir o tolo final oficial.  Chucky poderia ter tido a morte derradeira no terceiro filme, mas não foi naquela e, infelizmente, nem desta vez, que o Bonzinho maligno deixa de ser explorado.  Quem se importa, fã que é fã está com Chucky até o fim…

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