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TOBE HOOPER: Da Revolução do Horror ao Ostracismo! (PARTE 1)

Qualquer fã do cinema de Horror que se preze conhece o clássico O Massacre da Serra-Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre), lançado nos cinemas em 1974. O mesmo se aplica para o também clássico Poltergeist: O Fenômeno (Poltergeist), lançado em 1982. O que nem tanta gente assim sabe é que as duas obras foram dirigidas pelo norte-americano Tobe Hooper* (não, POLTERGEIST não foi dirigido por Steven Spielberg), um dos principais nomes que ajudaram a moldar o gênero Horror na forma como ele é hoje, mas cuja carreira deu uma impressionante guinada descendente em um curto e inacreditável espaço de tempo.

*Também falamos um pouco sobre Tobe Hooper em um dos episódios do Formiga Na Tela!

Tobe Hooper

Será que existem explicações para tamanha queda vertiginosa na carreira deste revolucionário do Horror? Embarque comigo e com o Formiga Elétrica nesta viagem através da vida e obra deste polêmico cineasta, e tire suas próprias conclusões.

Nascido em 25 de Janeiro de 1943 em Austin, no Texas, Tobe Hooper foi professor universitário, e foi também cameraman em diversos documentários na década de 60. Em 1974, numa medida ousada e arriscada, Hooper juntou conhecidos entre amigos pessoais, alunos e professores onde dava aula, e escreveu e dirigiu o clássico O Massacre da Serra-Elétrica, filme que literalmente revolucionou a indústria cinematográfica do gênero. O filme, mesmo com uma censura de 18 anos, foi um massivo sucesso de bilheteria, conquistou a crítica graças à sua irresistível perversidade e inovações técnicas, e ainda por cima criou um dos psicopatas mais conhecidos e apavorantes da história do cinema, o canibal Leatherface, que usa uma máscara feita de pedaços costurados de pele humana e porta uma barulhenta motosserra (só lembrando, o título em português é incorreto). Hooper teria baseado sua história nos assassinatos reais cometidos pelo serial-killer canibal Ed Gein, na década de 50.

O Massacre da Serra Elétrica

O Massacre da Serra Elétrica

O Massacre da Serra-Elétrica colocou o nome de Hooper na porta de entrada de Hollywood, e em 1977, o diretor reuniu boa parte do elenco de seu sucesso anterior, incluindo a protagonista Marilyn Chambers, no sangrento e bizarro Eaten Alive, filme que marcou a primeira parceria entre Hooper e o ator Robert Englund, que graças a Hooper, mais tarde, seria o intérprete de outro assassino que se tornou uma lenda do cinema de horror, o Freddy Krueger, de A Hora Do Pesadelo (A Nightmare On Elm Street), de outro mestre do Horror, o diretor Wes Craven.

Eaten Alive

Eaten Alive

Eaten Alive no entanto foi um fracasso de público e crítica, e nos anos seguintes, Hooper começou a dar exemplos de sua difícil personalidade por trás das câmeras. Num período de apenas dois anos, foi expulso do cargo de diretor de duas produções, The Dark (1979) e Venom (1981), o que mudou o status do diretor de jovem promessa para uma verdadeira incógnita. Mas em 1979, Hooper mais uma vez foi bem-sucedido, ao adaptar o best-seller do Mestre do Horror Stephen King, A Hora Do Vampiro (Salem’s Lot), em uma minissérie para a TV americana. Houve uma lambança envolvendo o título da obra quando lançada no Brasil, que já foi chamada pelo nome do livro, mas consta no Imdb como A Mansão Marsten. O sucesso da minissérie foi tão grande, que os produtores resolveram editá-la e lançar uma versão cinematográfica da produção, que foi bem de bilheteria e que também recebeu elogios da crítica e do próprio King, que chegou a declarar que Tobe Hooper era o maior nome do Horror a surgir em muitos anos no cinema.

A Hora do Vampiro/A Mansão Marsten

A Hora do Vampiro/A Mansão Marsten

Em alta, Hooper emplacou outro sucesso em 1981, o slasher-movie Pague Para Entrar, Reze Para Sair (The Funhouse), um filme do qual particularmente gosto muito, e que apesar de não ter sido tão bem recebido pela crítica, encheu os bolsos da Universal com sua ótima bilheteria. Mas então veio 1982, o ano que viria a definir a carreira de Hooper, mesmo que ele ainda não soubesse disso. Na crista da onda, Hooper foi procurado por ninguém menos que Steven Spielberg, que o convidou para dirgir E.T.: O Extra-Terrestre(!).

É isso mesmo! O maior sucesso da carreira de Spielberg em anos, por pouco não foi dirigido por Tobe Hooper, que à princípio topou a empreitada, mas não seguiu no projeto por razões até hoje desconhecidas.

Pague Para Entrar, Reze Para Sair

Pague Para Entrar, Reze Para Sair

 

Segunda e última parte AQUI!

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